Por Joedson Telles
Nesta terça-feira, dia 3, o deputado estadual Iran Barbosa, que é filiado ao mesmo PT da vice-governadora Eliane Aquino, ao comentar o Projeto de Lei que o Poder Executivo enviará à Assembleia Legislativa, propondo uma reforma na Previdência do Estado, afirmou não ter nenhum compromisso com a bancada que dá sustentação ao governo Belivaldo Chagas. “Meu compromisso é de cavalheirismo. De civilidade. É um compromisso de tentar contribuir quando as pautas são de interesse geral. Não tenho nenhuma amarração nesse sentido. Estou muito tranquilo e muito à vontade para colocar minha posição”, disse o parlamentar, deixando evidente que pode votar contra o governo.
Salientando que o Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado de Sergipe (Sintese) estudou o assunto e está pronto para o debate, Iran entende que os deputados precisam também de embasamento para analisar e votar a matéria. “Não dá para fazer esse debate com achismos – ou apenas porque vem uma ordem de cima. Ou apenas porque é conveniente apoiar ou não apoiar. O chicote que dá em Chico dá em Francisco. A gente não pode dizer que não apoia por achismo ou conveniência. Mas também não pode dizer que não apoia por causa disso”, alerta o deputado petista, observando não ter como analisar o texto antes de o governo enviar à Alese.
Apesar de reconhecer a necessidade de conhecer o projeto para poder opinar, Iran adianta que há questões que, independente de conteúdo, têm a ver com princípios, convicções, coerências de posições. “Estão colocando na imprensa que a vice-governadora se coloca como oposição à reforma da Previdência. O meu voto todo mundo já conta como voto contrário – e é bom que conte, pois, se tirar direitos, todo mundo sabe que não contará com meu apoio. Eu sou petista”, afirmou.
Iran salientou ainda que concorda com o também deputado Zezinho Guimarães (MDB), quando ele diz que existe a necessidade de os parlamentares estudarem a realidade do Estado. “Precisamos entender para ter posição. Não se pode, em um tema como esse, ficar falando apenas a partir de achismo. Agora, a gente não pode entender que as posições contrárias são frutos de algum tipo de populismo. Eu quero dizer, por exemplo, que, estamos defendendo uma categoria como o Magistério, uma categoria que já se debruçou para analisar a Previdência do Estado. Mais do que isso: o Sintese contratou uma consultoria. Estudamos. A entidade produziu documento”, observou.
Segundo Iran Barbosa, o diagnóstico oficial sobre a Previdência foi produzindo há muito tempo. Antecede ao governo Belivaldo Chagas. “Há muito tempo que nós servidores estamos sofrendo os efeitos de um diagnóstico perverso. Estamos pagando o pato. Permitam-me a expressão. Sobre nossos ombros têm pesado as medidas que tentam corrigir. O tempo inteiro nós vemos o diagnóstico: é a crise da Previdenciária de Sergipe. O governo está tendo que colocar muito recurso para garantir o pagamento das aposentadorias. E fica nisso. Há uma espécie de roda viva em torno do diagnóstico. Mas eu pergunto: que medidas efetivas e que estudos efetivos têm sido feitos?”, indaga, afirmando que o trabalhador já vem fazendo a sua parte sacrificando.