A busca por oportunidades de capacitação e trabalho digno para pessoas em situação de rua e migrantes foi tema de reunião, na terça-feira, dia 8, no Ministério Público do Trabalho em Sergipe (MPT/SE). O procurador do Trabalho Adroaldo Bispo e o secretário de Estado do Trabalho, Emprego e Empreendedorismo (Seteem), Jorge Teles, se reuniram com o coordenador da Pastoral do Povo da Rua, Marcos Corrêa, com a coordenadora do Projeto Banho para Todos, Evânia Andrade, o vice-presidente da Cáritas Arquidiocesana, Paulo Evangelista Neto, além da superintendente do Trabalho, Marcela Prudente e da diretora de Economia Solidária, Elaine Oliveira.
O encontro alinhou os últimos detalhes para dois importantes encontros que vão acontecer, ainda este mês, no MPT-SE. Nos dias 29 e 30, serão realizadas reuniões, na sede da instituição, com pessoas em situação de rua e migrantes, respectivamente. O objetivo é identificar demandas e oferecer oportunidade de qualificação e trabalho digno. “Essas duas oficinas têm por objetivo, primeiro, torná-los visíveis ao Poder Público, que não consegue vê-los e, quando assim o faz, oferece serviços muito aquém da necessidade deles. Outro objetivo é torná-los visíveis à sociedade, porque esse é um cenário que deve ser encarado não só pelo Poder Público, mas por todos nós”, destacou o procurador Adroaldo Bispo.
A iniciativa tem parceria com a Pastoral do Povo da Rua, que já realiza um trabalho de atendimento a essa população vulnerável. “Sempre é possível ajudar as pessoas em situação de rua. Mas, para isso, é preciso ter um olhar humanizado. Atualmente, são 640 pessoas dormindo nas ruas de Aracaju. E a união entre as instituições pode mudar essa realidade”, destacou o coordenador da Pastoral, Marcos Corrêa.
Através da Seteem, a ideia é compreender as necessidades e aptidões dessas pessoas, para buscar oportunidades de capacitação e trabalho digno. “Problemas complexos exigem soluções complexas. Em parceria com o MPT-SE, nós estamos formando uma rede de atenção para cada grupo. Um passo fundamental é qualificar, observando as demandas de mercado. Temos muitas vagas de emprego não preenchidas por falta de gente qualificada para ocupar”, pontuou o secretário Jorge Teles.
Em parceria com a Universidade Federal de Sergipe (UFS) e o Instituto Social Ágatha, poderá ser realizado um trabalho integrado, com foco, também, nos migrantes, que enfrentam muitas dificuldades, de acordo com o vice-presidente da Cáritas Arquidiocesana, Paulo Evangelista Neto.
“O desafio é o acolhimento da sociedade a essas pessoas, que são vistas, muitas vezes, como um empecilho para a oferta de empregos. Sem oportunidades, os migrantes acabam sendo cooptados pelo tráfico de drogas e trabalho escravo”, explicou Paulo.
As reuniões, nos dias 29 e 30, serão abertas ao público, com início às 9h, no auditório do MPT-SE (Avenida Desembargador Maynard, n. 72 – Bairro Cirurgia, Aracaju). “Precisamos ouvi-los, para saber quais as reais necessidades e, a partir daí, estabelecermos estratégias e ações capazes de tirá-los dessa condição de vulnerabilidade, que os torna presas fáceis para o tráfico de pessoas e para o regime de escravidão”, finalizou o procurador Adroaldo Bispo.