Por Joedson Telles
Vejo nas redes sociais a notícia sobre uma pesquisa – e não a pesquisa, o documento – expondo a ex-vice-governadora, a petista Eliane Aquino, como a última colocada entre outras políticas que são pré-candidatas à Prefeitura de Aracaju, em 2024.
Além de Eliane, aparecem, nesta ordem, os nomes de Emília Corrêa, Danielle Garcia, Katarina Feitoza e Yandra Moura. Todas superam Eliane, segundo a pesquisa.
Sem subestimar a densidade eleitoral de nenhuma delas, ou duvidar da seriedade da pesquisa, acredito ser difícil quem acompanha a política levar a sério que, num cenário com cinco nomes, o PT esteja em último lugar; ainda mais com três nomes do mesmo bloco e não aparecendo nomes do PSOL e do PSTU, cujos eleitores, certamente, migrariam para o PT diante do exposto por questões óbvias. Repito: vi a notícia ventilada, e não a pesquisa.
Mesmo sendo a única a representar a chamada esquerda, entre as cinco, sendo filiada ao PT (que já provou a força eleitoral de sua militância), sendo próxima do presidente Lula e do ministro Márcio Macedo e ainda com sua ligação eterna ao saudoso Marcelo Déda, Eliane aparecer em último? Não bate, sabe? Soa fora da realidade.
Nem entro no quesito simpatia ou não de Eliane Aquino junto ao eleitor. Tampouco se ela é ou não pré-candidata. Não precisamos chegar a Eliane para colocar em xeque os números. Outros fatos já mencionados bastam. Estamos falando do PT.
Já disse neste espaço e volto a insistir: é preciso proibir a divulgação de pesquisa eleitoral antes de as chapas serem registradas. Está na cara: o eleitor entrevistado ou não leva a sério – inclusive por saber que não existem candidatos – ou cita o primeiro nome que vem à mente, para não dar o silêncio como resposta.
Creio que, neste momento, os números devem servir apenas para consumo interno; e olhe lá, inclusive pelo que escrevemos no parágrafo anterior sobre o comportamento do eleitor.
Há um oceano de distância entre pesquisas feitas hoje e as eleições 2024. Números divulgados agora não servem ao eleitor. Mas tendem a prejudicar uns e beneficiar outros possíveis pré-candidatos.
Felizmente, eleição após eleição, com as urnas desmoralizando a precipitação, grande parte do eleitor passou a dar de ombros a pesquisas divulgadas de forma açodada. Basta ver os comentários nas redes sociais. Todavia, lamentavelmente, uma fatia ainda se permite ao equívoco.
Temos institutos sérios que trabalham dentro da realidade. No entanto, temos também péssimos institutos – e o já mencionado comportamento de eleitor, que faz a pesquisa nascer viciada. Basta de não se evitar os erros, hoje, e, lá na frente, quando as urnas entrarem em cena, se agarrar aquele lugar comum: “pesquisa é o registro do momento”. No momento, ninguém é candidato. Vamos trabalhar?
P.S. A notícia é tão sem sentido que não aparece um só pré-candidato. Só mulheres. Alguém imagina não haver um só pré-candidato?
P.s. 2 O prefeito Edvaldo Nogueira desistiu de indicar um pré-candidato ou escolherá uma das cinco mulheres citadas? Percebe como a coisa é sem noção?
