“Time que não joga não tem torcida”, diz o secretário de Turismo, Adilson Júnior
Nome forte para ser posto como pré-candidato a prefeito de São Cristóvão, o secretário de Estado do Esporte e Turismo, Adilson Júnior de Carvalho, está filiado ao PDT – e faz parte de um grupo político que vem crescendo em Sergipe pelas mãos do prefeito de Nossa Senhora do Socorro, Fábio Henrique, seu irmão. Nesta entrevista, além de afirmar que o PDT tem como meta apresentar candidatos para disputar todas as prefeituras da Grande Aracaju, Adilson Júnior comenta as conquistas e os desafios do Governo do Estado nas áreas do Esporte e do Turismo. E fala ainda da possibilidade de uma reaproximação do ex-deputado estadual Zé Franco do PDT.
Como está sendo acumular duas áreas importantes como Esporte e Turismo?
Quando o governador nos deu esse desafio, deu ao PDT, e o PDT indicou o nosso nome, tínhamos a visão da dificuldade para gerir duas pastas tão importantes para o estado. A pasta de Turismo, que alavanca a economia, e a pasta de Esporte que tem um papel social muito grande. Mas, até com a própria orientação do governador, temos que ter muita criatividade para que as duas pastas não parem de funcionar – e funcionem a contento. Com dinamismo, com várias ações em campos diferentes para que as pastas tenham a movimentação que o Estado precisa para gerar emprego e renda. Nós temos trabalhado para que uma não atrapalhe a outra. Para que o Turismo tenha sua importância e o Esporte também. Em algumas partes do país onde ocorreu a fusão uma pasta acaba se sobressaindo mais do que a outra, e a gente, com muito trabalho, tem procurado dividir nossas ações com uma equipe técnica muito competente, tanto no Turismo quanto no Esporte, para que a gente dê continuidade às duas pastas de forma igualitária.
E qual o principal desafio do esporte?
Era entregar a Arena Batistão e colocar para funcionar sem que tivéssemos problemas. O presidente do Confiança me disse, na semana passada, que, só nos três primeiros jogos na Arena Batistão, o Confiança arrecadou o que arrecadou ano passado inteiro. A gente tem esse sonho de ver o futebol sergipano do tamanho da grandiosidade que ficou a Arena Batistão. O Confiança está agora na série C, se fizer uma boa campanha, teremos grandes rendas. Nesse primeiro semestre, o grande desafio era entregar a Arena Batistão, colocar para funcionar. A Secretaria de Esporte não pode ser lembrada apenas na hora de um atleta pedir um troféu ou uma medalha. O nosso papel é fomentar o esporte como temos feito com o ‘Projeto Mexa-se’, que é um projeto inovador que nós criamos a primeira etapa no Parque dos Cajueiros. Quem passava um dia de sábado via uma passagem bonita aonde as pessoas vão lá curtir a natureza e praticar os seus esportes, e hoje se você passar lá no sábado está lotado, cada sábado com competições diferentes. A ideia é, quando acabar a etapa do projeto, no dia 31 de maio, levá-lo para os bairros, e num segundo momento para o interior do estado, envolvendo várias federações. Temos trabalhado muito para fomentar o esporte.
E os demais estádios de futebol?
A situação das praças esportivas em geral não é a situação que o Governo do Estado quer deixar como imagem. Temos um problema com o Estádio Francão (em Estância) que foi reformado há dois anos, mas que para atender a uma nova lei da CBF passará por algumas adequações para que o Estanciano possa mandar seus jogos lá. Nós já nos comprometemos com o povo estanciano que o seu time vai jogar a série D do Brasileiro lá. Seria muito ruim: a primeira vez que o Estanciano participa de um campeonato nacional ser longe de sua torcida. Temos problemas no campo de Propriá e estamos atrás de recursos. O campo de Lagarto está interditado. Recebemos no início do ano um laudo da CEHOP que o campo estava interditado porque corria risco da arquibancada cair. Estamos em tratativas com a CEHOP para fazer a recuperação do estádio de Lagarto. A ideia é construir um novo estádio. O estádio Paulo Barreto acabou ficando no centro da cidade, e, hoje, há problemas de estacionamento, a BR passa na frente do estádio e a cidade cresceu ao redor do estádio. A ideia do Governo do Estado é abrir um edital para que uma empresa que tenha o interesse de ficar com aquela área onde fica o Paulo Barreto nos dê um estádio na cidade. Duas empresas estão fazendo o orçamento que precisam para construir um novo estádio. No próximo ano, estaremos entregando um novo estádio ao povo de Lagarto. Vamos fazer a obra de reforma só para deixar o estádio viável, para que o time jogue próximo ano até que seja entregue o novo estádio. Temos feito um trabalho parecido com o que foi feito na Copa do Mundo para que a seleção da Grécia viesse para o nosso estado. Temos feito o mesmo para a Olimpíada. Para que alguma seleção venha fazer o que se chama de aclimatação. Temos contato com a seleção de ginástica rítmica para que Sergipe faça parte dessas cidades que não vão sediar os jogos mas que tenham as seleções aqui fazendo esse trabalho.
E no Turismo? Continua sendo trazer o turista para Sergipe?
Temos um desafio grande também. Não só trazer o turista, mas trazer e manter o turista aqui – e fazer com que ele volte para Sergipe. O país vive uma crise econômica muito grande. As pessoas não deixam de fazer supermercado, de pagar o colégio do filho, de ter gastos no dia a dia, mas deixam de viajar. A primeira coisa a fazer, quando o orçamento aperta, é cortar o lazer. Temos que ter criatividade para passar por essa crise. Hoje um dos grandes gargalos para trazer o turista a Sergipe são os altos preços das passagens aéreas e o baixo número de voos. Nós perdemos, só esse ano, cerca de 14 mil assentos em voos que chegavam e saíam de Sergipe. Estatisticamente, estamos perdendo muita gente para Salvador, por exemplo, porque hoje está muito mais barato a pessoa ir de carro para Salvador e embarcar de lá de avião. Tivemos, na semana passada, em São Paulo com as quatro companhias aéreas que operam aqui. Uma primeira conversa muito boa, a perspectiva de trazer novos vôos para cá porque quando aumenta a demanda abaixa a passagem. Marcamos com as empresas o prazo de um mês para que eles possam apresentar ao governo um estudo de viabilidade desses voos e o governo possa apresentar algumas contrapartidas para que esses voos possam voltar para cá. Temos que fortalecer o transporte aéreo e fortalecer a questão do regional, que é o que a secretaria tem feito. Fizemos uma campanha no primeiro semestre num raio de 700 Km para fortalecer o turismo regional, aquela pessoa que vem de carro com a sua família para Sergipe – e junto com isso estamos trabalhando com as companhias aéreas para baixar o preço das tarifas e conseguir mais voos para cá para o turista conseguir chegar.
Os preços de hotel, restaurantes…, em Sergipe, são atrativos?
Os dados que a gente tem é que temos o menor preço do Nordeste. Restaurantes, bares, tem para todos os gostos. Temos uma das mais modernas estruturas do Nordeste para todos os gostos. Temos hotéis de todos os gostos, desde os super econômicos como o Ibis, com uma diária de R$ 99 em um quarto triplo. Em hotéis em São Paulo você paga R$ 170. Você almoça hoje com R$ 60 reais para 3 pessoas. O nosso caranguejo, um grande atrativo, se consegue achar o dobrado por R$ 5,00. Temos muito para desenvolver. Nós somos a bola da vez. O turista aqui em Aracaju pode ir à praia de manhã, ir ao shopping, ir ao museu, ir a Laranjeiras, fazer turismo rural, visitar o cangaço. Nenhuma outra capital do Brasil consegue unir essa variedade. Na nossa gestão vamos trabalhar em três frentes. A primeira, da infra estrutura turística, com destaque para a reforma do Centro de Convenções, a Orla de Canindé, a Orla Praia do Saco, uma nova orla na Caueira. Estamos trabalhando para a troca de iluminação da orla por iluminação de led. Temos a parte de divulgação que foi discutida com todo trade. Participamos dessa caravana de divulgação num raio de 700 Km temos um calendário a cumprir durante todo ano. O terceiro ponto é de capacitação, tanto para as pessoas do nosso estado quanto para os turistas que venham para cá serem bem atendidos nos bares, restaurantes e em diversas áreas que o governo vai capacitar. O setor turístico, hoje, é o segundo maior gerador de emprego de Sergipe, só perde para a construção civil. O poder de retorno quando se investe em turismo é muito mais rápido do que quando se investe em uma indústria. A gente tem muito para crescer. O segredo é crescer de uma forma coordenada e organizada. Todo dinheiro gasto pela Secretaria de Turismo em divulgação vai ser discutido com o trade. Na nossa gestão adotamos isso. Toda campanha de divulgação a gente senta com o trade e discute onde é melhor para investir, onde tem mais demanda. Eles que estão na ponta, quem têm o contato diário com o turista.
Este problema da falta de recursos está sendo discutido com a bancada de Sergipe no Congresso Nacional, para que emendas sejam direcionadas?
Sim. No Esporte, deveremos anunciar no segundo semestre, e no Turismo, temos o deputado Valadares Filho (PSB) que faz parte da Câmara de Turismo. Temos trabalhado muito para fortalecer todo o trade. A Fecomércio (dirigida hoje pelo deputado federal Laércio Oliveira) não vinha atuando nessa frente, mas já recriou a Câmara de Turismo. A Abrasel está fortalecida. Temos trabalhado muito para fortalecer o trade. O trade fortalecido aumenta o turismo. Aumentam as cobranças, mas tomara que a gente consiga alcançar os resultados planejados.
Comenta-se muito que Adilson Júnior pode disputar a Prefeitura de São Cristóvão. O que há de verdade nisso?
Hoje, minha cabeça está voltada para o Esporte e para o Turismo. Essa missão tão complexa que o governador nos deu de comandar duas pastas tão importantes para o estado. Mas lhe confesso que fico muito triste com a situação que vive o município de São Cristóvão. O que a gente vê lá hoje é um município abandonado, que não tem crescimento, que parou. Se comparado ao crescimento de Socorro, Itabaiana, o município de São Cristóvão está estagnado. A deputada Sílvia Fontes, que é do PDT, foi a deputada eleita mais votada em São Cristóvão, o que credencia o nosso partido a participar da discussão política de São Cristóvão, mas nesse momento nossa cabeça está voltada a o desafio que foi nos dado pelo governador Jackson Barreto.
O mesmo para a especulação de Fábio Henrique, seu irmão, no tocante a disputar o Senado? A cabeça está em Socorro?
O prefeito Fábio Henrique tem dito que o momento é terminar a administração de Socorro. Essa discussão do Senado está muito longe Teremos primeiro uma eleição municipal próximo ano e o PDT tem feito um trabalho para sair fortalecido não só na Grande Aracaju, mas por todo o estado. A campanha da deputada Sílvia fortaleceu muito o PDT , ampliamos muito nosso quadro em todo estado. Essa discussão do Senado e da Câmara Federal deverá ser feita num momento oportuno que não é esse. Ano que vem temos que pensar nas eleições municipais, e depois que passar pensar na eleição estadual. A ideia do PDT é ter candidato nas quatro cidades da Grande Aracaju. Time que não joga não tem torcida. A ideia do PDT é que tenha candidato próprio nas quatro cidades. Não tendo candidato próprio o PDT está aberto para conversar com quem quiser nosso apoio. Fábio fez o convite ao ex-deputado Gilmar Carvalho para disputar a Prefeitura da Barra pelo PDT. Gilmar tem dito que só vai se posicionar sobre isso depois da reforma política, Gilmar seria um grande quadro para a Barra. Temos um projeto em São Cristóvão, que ainda não temos nome, o atual presidente do partido em São Cristóvão é o ex-prefeito Alex Rocha, com que temos uma boa relação. Temos projeto em Aracaju. Foi feito um convite a ex-primeira dana Eliane Aquino e estamos conversando, e temos projeto em Socorro que é continuar o projeto de administração de Fábio Henrique, uma administração vitoriosa.
O nome em Socorro?
Essa definição ainda não aconteceu. Hoje o foco é trabalhar. Se a gestão estiver fortalecida esse nome vai sair naturalmente no começo do próximo ano.
Houve reaproximação do ex-deputado estadual Zé Franco?
Não houve depois da eleição nenhum contato com o ex-deputado Zé Franco. Nós tivemos uma aliança vitoriosa com o ex-prefeito, mas na eleição que passou Zé Franco disse mais ou menos qual o caminho que queria seguir em Socorro que foi a aliança com o deputado Padre Inaldo. Mas o partido não tem porta fechada com ninguém. O partido está aberto a conversar com qualquer pessoa que queira o nosso apoio.