Por Joedson Telles
Não esperava posturas diferentes do senador Laércio Oliveira e do deputado federal Rodrigo Valadares em relação ao governo do petista Luiz Inácio Lula da Silva.
Bolsonaristas assumidos, antes mesmo de as campanhas que culminaram nas eleições dos dois ganharem cores vivas, a rejeição ao projeto do PT para o Brasil nunca foi ofuscada. Portanto, ao anunciarem oposição ao Governo Federal (leia matérias nesta página), creio que senador e deputado não surpreendem ninguém. Na verdade, surpresa seria ambos anunciando adesão ao novo governo.
Estamos, felizmente, num regime democrático; e nada mais trivial e salutar que um governo ter oposição; também eleita pela vontade popular.
Sob a lupa adversária – e com a imprensa e as redes sociais ecoando fatos – qualquer governo sério enxerga a oposição, paradoxalmente, como uma “aliada” na correção dos rumos. É uma espécie de assessoria zero 800 quando recebida com a devida inteligência.
Entretanto, quando a oposição não é feita com os devidos preceitos, de forma séria, atrelada à verdade factual, pensando, verdadeiramente, na população, descartando a crítica pela crítica, é gol contra.
Uma oposição que apenas aponta com cólera o que julga errado – sem apresentar ideias para solucionar os problemas por ela apresentados – não serve ao coletivo. Já se mostrou nociva em vários momentos da história.
Demonstrando estar em sintonia com essa realidade, o senador Laércio Oliveira, ao anunciar o que os mais atentos já esperavam (por coerência, não mudaria de lado político, após o resultado do pleito), ressalva que, mesmo na oposição, apoiará os projetos do Governo Federal que forem benéficos à sociedade. Acertadamente, o senador avalia que o momento é de unir forças em prol do Brasil.
Laércio parece entender muito bem que ser do contra em quaisquer circunstâncias, apenas para manter o discurso de oposição, não é a melhor forma de servir ao país. Oposição por oposição nunca é o melhor caminho.
O fato de um político fazer oposição a determinado governo, mas votar a favor deste mesmo governo, quando concordar com o projeto, legitima ainda mais a sua postura quando entender que deve criticar ou mesmo rejeitar algumas matérias. Dito de forma resumida: oposição, sim, mas com responsabilidade.
