Por Joedson Telles
A prefeita de Lagarto, Hilda Ribeiro, afirma, nesta entrevista que concedeu ao Universo, no último final de semana, que não se preocupa com críticas de uma oposição que mente, cria fake news, ilude a população e está em busca do poder apenas para satisfazer seus interesses pessoais. “Com estes, eu não me preocupo. Eu quero mesmo é trabalhar para o povo de Lagarto. Eu tenho visitado muitas comunidades, tenho ido na casa das pessoas, estou ao lado do povo, e deles eu tenho ouvido elogios, opiniões, críticas construtivas”, diz a gestora, referindo-se, sobretudo, à família Reis. Segundo a prefeita, os adversários já estão em campanha pela Prefeitura de Lagarto. “Nossos adversários vivem em campanha. Eles só se preocupam com isso. Eles não têm um projeto para ajudar no desenvolvimento de Lagarto, eles não estão preocupados com o futuro de Lagarto, eles não trabalham para melhorar a vida das pessoas de Lagarto, eles só querem saber de eleição, de campanha, só pensam exclusivamente neles”. A entrevista:
Como a senhora encontrou a Prefeitura de Lagarto, quando assumiu titularidade da gestão, em março deste ano?
Quando eu assumi a Prefeitura de Lagarto, vivíamos um momento muito conturbado pela prisão do prefeito. Foi um grande desafio chegar ao comando do Executivo quando o meu antecessor enfrentava graves problemas com a Justiça. A partir daí, passamos a tomar conhecimento com mais propriedade de tudo o que se passava na Prefeitura. E encontramos muita coisa feita de forma improvisada e em descompasso com a Lei. Determinei que os contratos existentes fossem revistos e analisados. Montei uma equipe técnica jovem e capacitada para colocar as coisas realmente nos trilhos. Eu estava assumindo num grave momento de crise e não poderia admitir que os desmandos continuassem. Era preciso rigor. Foi preciso tomar algumas atitudes mais duras, e eu venho agindo assim. Sergipe todo viu o escândalo que submeteram a Prefeitura e a nossa cidade. E eu precisava corrigir isso. É assim estamos fazendo até hoje. Além disso tudo, como se já não bastasse, encontrei quase 96% das obras paradas e estamos mudando este cenário. Mas eu posso dizer uma coisa, isso me fortaleceu como gestora, me deu mais vontade de conhecer os trâmites da administração, eu acordo disposta a trabalhar para meu povo, para fazer as coisas de forma correta. Foi um grande aprendizado.
Nestes nove meses à frente da gestão, o que já foi possível fazer de mais relevante?
Como eu disse, foi preciso coragem para arrumar a casa. Mas, em tão pouco tempo, já estamos fazendo muita coisas. Conseguimos reduzir o número de obras paradas, tínhamos cerca de 96% e agora temos apenas 12% e vamos zerar este número, precisamos tocar estas obras e fazer Lagarto avançar. Conseguimos implantar em nossa cidade a primeira Central de Ambulâncias do Interior do Estado, mantemos um constante diálogo com os todas as categorias de servidores, conseguimos dar um aumento de 8% aos professores, bem acima do piso, assinamos convênio com o Ipesaúde ampliando o atendimento aos familiares dos nossos servidores, estamos pagando todos os meses os salários dos servidores de maneira antecipada, modernizamos o trabalho dos nossos agentes de saúde e endemias com a utilização de tablets e um sistema unificado para acompanhar o histórico de todos os usuários, retiramos mais de 30 famílias do lixão e implantamos uma cooperativa para dar mais dignidade a estas famílias, iniciamos também uma grande operação de tapa buracos, pavimentação asfáltica e de calçamento, entre outros pontos. Além disso, nossa gestão é baseada na ética e no respeito ao erário público.
Quais as maiores dificuldades para tocar a gestão?
Uma coisa é assumir um trabalho do zero. Outra coisa foi pegar uma administração com todos estes erros que enumerei. Sem dúvidas, o maior desafio foi corrigir todos estes erros. Muitas pessoas estavam acostumados a contratar com a prefeitura de maneira errada, sem a devida preocupação com o que determina a Lei, e isto, eu jamais admitirei. Arrumar a casa, então, foi o maior dificuldade encontrada. Contrariamos muitas pessoas, isso ficou muito claro. Acredite, algumas pessoas chegam a ir a emissoras de rádio para questionar o que fazemos de forma correta, seguindo o que pede o Ministério Público e o que determina a Justiça. Mas não troco nada por fazer o certo, da maneira certa. E continuarei fazendo isso. Estamos mudando essa realidade.
Como a senhora lida com as críticas da oposição?
Eu não me preocupo com as críticas de uma oposição que mente, que cria fake news, que ilude nosso povo, que está em busca do poder apenas para satisfazer seus interesses pessoais. Com estes, eu não me preocupo. Eu quero mesmo é trabalhar para o povo de Lagarto. Eu tenho visitado muitas comunidades, tenho ido na casa das pessoas, estou ao lado do povo, e deles eu tenho ouvido elogios, opiniões, críticas construtivas. As pessoas estão com a esperança de dias melhores, eu vejo nas pessoas uma vontade muito grande de mudança daquela política velha, atrasada, que tivemos até há pouco tempo em nossa cidade. Uma coisa que tem me chamado muito a atenção é a participação das mulheres. Acho que comigo as mulheres têm se sentido muito mais a vontade para um diálogo franco e aberto.
Como ficou a sua relação política com o ex-prefeito Valmir Monteiro?
Durante todo o momento da prisão de Valmir, nossa família buscou diálogo com a família dele, mas não tivemos abertura. Buscamos manter uma relação cordial. Mas, infelizmente, sofremos agressões e, a partir daí, a relação foi totalmente cortada. Valmir decidiu então se unir à família Reis e agora eles são do grupo Saramonteiro. E em Lagarto agora temos dois grupos: um dos Reis e Valmir, o Saramonteiro; e o outro grupo é o nosso ao lado do povo de bem de Lagarto. E isso está muito claro no dia a dia da nossa cidade.
A sua pré-candidatura é irreversível?
Ainda é muito cedo para este tipo de avaliação. Já determinei a todos os secretários, diretores e quem fizer parte da gestão, mas que tenham interesse em se candidatar nas próximas, que entreguem seus cargos a partir de janeiro. Eu preciso ter pessoas ao nosso lado focadas apenas em administrar para nosso povo. Estou focada em administrar a Prefeitura de Lagarto. Futuramente, o nosso grupo político vai discutir a possibilidade de minha candidatura. Mas não estou preocupada com isso agora. Eu estou preocupada em fazer uma gestão ética, eficiente e eficaz e que seja voltada para o bem-estar do nosso povo.
Seus adversários já estão em campanha?
Não tenha dúvidas disso. Nossos adversários vivem em campanha. Eles só se preocupam com isso. Eles não têm um projeto para ajudar no desenvolvimento de Lagarto, eles não estão preocupados com o futuro de Lagarto, eles não trabalham para melhorar a vida das pessoas de Lagarto, eles só querem saber de eleição, de campanha, só pensam exclusivamente neles.
A aliança com o deputado federal Gustinho Ribeiro tem sido importante para Lagarto?
Sem dúvidas. O deputado Gustinho tem trabalhado muito pra Lagarto. Ele tem utilizado o grande prestígio que alcançou em tão pouco tempo em Brasília para conseguir recursos para nossa cidade. Tivemos investimentos para obras de tapa buraco, para o calçamento de diversas ruas na Sede e na Zona Rural, mais 6 milhões de reais para a Saúde, recursos para a obra de reforma da praça Filomeno Hora, mais de 1 milhão para calçamento do bairro Loiola, estes são apenas alguns resultados do esforço do deputado federal Gustinho Ribeiro para Lagarto. Isso demonstra a preocupação de quem gosta da sua terra, de quem trabalha pensando em ajudar seu povo.
Na semana passada, a Prefeitura de Lagarto precisou emitir uma nota pública dando explicações sobre a contratação de shows, depois que o MP pediu a cassação do seu mandato. O que houve, na verdade?
A Prefeitura de Lagarto contratou algumas bandas para comemorar o aniversário da cidade. Trouxemos Bell Marques, Seeway, Quinto Round e Tô Nessa. São atrações que têm forte apelo na região. As pessoas gostam demais dessas bandas. Então, elas foram contratadas pela modalidade de inexigibilidade e carta de exclusividade, seguindo os rigorosos ditames da Lei e todos os trâmites legais. Não poderíamos realizar uma licitação para contratar “Bell Marques”, por exemplo, sendo que outras bandas concorreriam. Ou seja, toda Prefeitura pelo País que queira contratar uma banda de renome não tem como usar qualquer outra modalidade de licitação, visto que existe apenas ela para ofertar tal serviço. Fizemos todos os procedimentos com parecer da Procuradoria e da Controladoria do Município. Entendo o trabalho do promotor do caso, respeito o posicionamento dele, mas posso garantir a todo o povo de Lagarto que seguimos o que determina a Lei. Repito, tudo foi feito em conformidade com a Lei e amparada nos pareceres da Controladoria e da Procuradoria.