Por Joedson Telles
Ao jogar em rosto que o polêmico Sintese aceitou “caladinho” a proposta de reajuste salarial do Governo do Estado (7,97% a partir de setembro) para os professores, o deputado estadual Venâncio Fonseca (PP), enfatizou que o mesmo sindicato apelou para que a oposição não aprovasse a proposta salarial do governador Marcelo Déda (PT), mas, estranhamente, agora, aceita a mesma proposta das mãos do governador em exercício, Jackson Barreto (PMDB). Na ótica de Venâncio, o sindicato usou os deputados da oposição.
“Não tem garantia do pagamento do piso, não tem garantia do pagamento de janeiro até agora, e mesmo assim não foi problema para o Sintese aceitar. Mas foi em 2012? Eu não quero me meter no problema pessoal de ninguém… E a proposta de reajuste para os demais servidores? Vão dar aos professores, com todo o direito diga-se de passagem, mas e os outros trabalhadores? O governo até agora não dá uma satisfação. Ficam em silêncio”, protestou.
Apesar do tom provocador do deputado líder da oposição, difícil é acreditar que o Sintese se permitirá ao luxo de entrar em cena e partir para o confronto com o parlamentar. Ao menos levando-se em consideração que muito pior foi a acusação feitas pelo vereador Agamenon Sobral, do mesmo PP de Venâncio, que denunciou na tribuna da Câmara Municipal de Aracaju que há mais de 300 professores ganhando o suado dinheiro público sem sequer pisar os pés na escola. Sem falar que o mesmo Agamenon vive a alardear que professor em Sergipe é caso de polícia. Todavia, ninguém viu um contra-ataque agressivo como as acusações requerem. Um só cartaz. Um enterro…
Não sei se chega a tanto, mas com tantos ataques sem respostas à altura, o Sintese começa a passar para os mais atentos a ideia de que cansou dos embates polêmicos e jogou a toalha. Ou pior: que é um sindicato que só parte para cima quando seu alvo não reage. Reagiu na mesma moeda, quem recua é o Sintese, que em outros momentos não se contentou em silenciar e esperar pela Justiça.
Aliás, o Sintese deveria esclarecer também essa história de o vereador Agamenon Sobral, a qualquer espiro, cobrar explicações para os gastos do sindicato, assegurando que o Sintese arrecada anualmente R$ 3 milhões. Como é dinheiro suado dos professores, o Sintese deveria apresentar as notas fiscais dos gastos ao vereador. Antes que os professores passem a cobrar também. A menos que não tenha como apresentar tais dados, seria um cala a boca. Ou não?