Por Joedson Telles
Sabe a frase que o ex-senador Eduardo Amorim soltou na mídia, na semana passada, e está viva no banner ao lado que circula nas redes sociais? O internauta sacou que, pelo menos até o momento desta postagem, o prefeito de Itabaiana, o Valmir citado por Eduardo, deu de ombros? Não respaldou a ideia de Eduardo tentar ser o seu sucessor? O Universo, por exemplo, tentou ouvir o prefeito sobre o assunto, mas, através da sua assessoria, ele disse que não comentaria os verbos. Pode até mudar de ideia, mas hoje o silêncio serve como resposta.
Pior: no seu silêncio, Valmir de Francisquinho deixa óbvio que não passa pela sua cabeça Eduardo Amorim ser candidato a prefeito de Itabaiana com o seu apoio.
Se estou errado, que estratégia do canso é essa? Deixar o aliado falando sozinho? Se furtar ao menos ser político e comentar a entrevista de Eduardo?
Está cristalino: se Eduardo combinou com Valmir ventilar sentimentos foi, miseravelmente, traído. Se não combinou, o ex-senador foi de uma ingenuidade sem tamanho. Certamente, não tem a colher de Edivan Amorim neste mingau (Há tempos?)…
Pô! Tornar pública uma ideia que mexe com o destino da política de Itabaiana e do seu atual prefeito, cuja boa gestão o fez uma liderança, sem um aval prévio do próprio Valmir, apalavrado na sintonia de pensamentos?
Eduardo, se não combinou com Valmir, correu o risco de o seu projeto não ser o projeto do prefeito. Inclusive o próprio Eduardo reconhece a pré-candidatura de Adailton Sousa, chefe de gabinete da Prefeitura de Itabaiana.
Evidente que só Valmir pode precisar o que está pensando para agir assim. Ou melhor, para não agir. Mas aposto uma Heineken canela de pedreiro que pesa contra Eduardo, entre outras coisas, o fato de ser um ex-deputado federal, um ex-senador. Ser conhecido do eleitor sergipano. Ter peso político. Luz própria.
Está na cara que Valmir – sobretudo depois que pegou uma grade – não quer correr o risco de ajudar a eleger alguém, que para muitos, apesar dos vacilos em certas decisões políticas, é maior que ele, politicamente falando. Eduardo governaria o município com independência, sem abir espaço para ingerências. Mudaria “coisas” com as quais não concordam.
Óbvio que, em fazendo uma boa gestão, e teria tudo para fazer, Eduardo, se não ofuscaria Valmir, mas, com certeza, reduziria consideravelmente o seu tamanho, podendo comprometer seu futuro político. Eduardo teria tudo para ficar oito anos à frente do município e, provavelmente, elegeria seu sucessor, que não seria, necessariamente, Valmir. Este mesmo Valmir teria interesse em Eduardo prefeito? Penso que o silêncio de Valmir grita que não.
P.S. Pergunto a uma pessoa que conhece bem a política de Itabaiana e seus principais atores o que acha do silêncio de Valmir… Resumo: “Valmir só apoiaria Eduardo se as pesquisas mostrassem que só ele derrotaria o candidato de Luciano Bispo. Fora isso, esqueça”.