Por Joedson Telles
Lúcido, o senador Laércio Oliveira voltou a alertar sobre a necessidade urgente de os legisladores não permitirem que a PEC da Reforma Tributária seja aprovada da forma que está. Teme mais desemprego e informalidade. Bandeira da qual Laércio já demonstrou que não abrirá mão, o emprego está em xeque, e as consequências são as piores possíveis – incluindo aumento da fome.
Laércio age no terreno da razoabilidade e não pode ficar só no bom combate. Além de outros parlamentares, movimentos sociais, que são acostumados a fazer barulho por conta de demissões de trabalhadores, precisam ecoar a preocupação do senador. Se já estão ecoando, precisam ser mais enérgicos. Prevenir é ainda o melhor medicamento, e quem cruzar os braços hoje não terá moral para protestar amanhã.
A face cruel do desemprego nunca foi desconhecida. Entretanto, até os de curta memória estão lembrados de como essa triste realidade chega ao fundo do poço. Tudo foi amplamente visto durante a pandemia. Famílias até então esquecidas – ou desprezadas – pela esmagadora maioria da sociedade tiveram seus barracos – e neles as condições a baixo da pobreza em que vivem – totalmente expostos.
Imagens de crianças, adultos e idosos com fome, de geladeiras vazias – quando se tinha geladeira -, de comércio de ossos e de pessoas retirando resto de alimentos do lixo para não morrer de fome invadiram lares abastados na carona dos telejornais. É uma abominável realidade que, infelizmente, ainda pode crescer com o desemprego – de forma direta ou indireta. A economia acaba interligando todos nós.
Claro que não podemos esquecer os auxílios sociais, como o Bolsa Família. Tampouco a cristã solidariedade de pessoas que ajudam o próximo com o próprio orçamento suado. Todavia, apesar da boa intenção, isso minimiza, mas não resolve o problema.
A solução é emprego. E emprego de carteira assinada. Até pela questão da dignidade, precisamos é gerar novos empregos, e não de medidas que, na prática, façam o oposto. Como bem observou Laércio, “se a Reforma Tributária não gerar emprego não vale de nada”. Não é preciso passar fome para dar razão ao senador. Basta o mínimo de empatia com quem passa.
