Por Joedson Telles
Não causa surpresa a postagem feita pelo ex-presidente do PT de Sergipe, Silvio Santos, em uma rede social, nesta quinta-feira, dia 3. Os detalhes são de conhecimento de todos. Bolas! Que o PT é o partido mais rachado entre os demais não há mortal que viva a política capaz de nutrir qualquer dúvida. Entretanto, paradoxalmente, encerradas as discussões, a legenda é uma das mais unidas. Boca de forno. Logo, a postagem de Silvio Santos, creio, espelha um sentimento coletivo.
Pra citar apenas três forças do partido, lembro que há coerência entre o que postou Silvio Santos e o que pensa o atual presidente, Rogério Carvalho. Do mesmo modo, há harmonia com o que tem dito o ex-deputado Márcio Macedo. E não creio que Eliane Aquino, outro nome de peso petista, pense diferente.
Há, como em quase todas as discussões do partido, a oposição da Articulação de Esquerda, que não apenas vela uma chapa majoritária com dois companheiros disputando Governo e Senado, mas também vive pregando a saída do PT do Governo do Estado. Aliás, seus membros não têm poupado críticas não apenas ao governador Belivaldo Chagas como também descascou o ex-governador Jackson Barreto. Todavia, apesar do barulho, sem maioria, a Articulação acaba sempre engolida.
O que se nota, na verdade, é que o PT de Sergipe parece maduro. Lúcido frente às grandes dificuldades que já está tendo para enfrentar as eleições – sobretudo com a pretensão de ter uma cadeira no Senado. Romper com o governo e assumir o discurso de oposição daria aos adversários o argumento coerente: jogar em rosto que o PT ocupou cargos no governo este tempo todo e, agora, por conta da eleição, se afasta e cospe no prato que matou sua fome. O PT sabe que não tem condições de fazer oposição ao governo. O eleitor não é tolo.
Sem falar que romper com o grupo governista acaba sendo um problema também quando se leva em conta as opções que o mercado – chamemos assim – oferece. Qual seria o rumo do PT, sem arriscar agredir a inteligência do eleitor e pagar caro por isso? Bateria à porta da oposição e se aliaria ao senador Eduardo Amorim e ao deputado André Moura – este último com histórico de detonar o partido e ser achincalhado do mesmo jeito? Eles aceitariam? Melhor nem comentar…
O PT procuraria o PSB dos Valadares? E as mágoas em nível nacional? E as agressões não esquecidas da campanha para prefeito de Aracaju? O PT quer o Senado. Adiantaria fugir da concorrência do ex-governador Jackson Barreto e esbarrar no senador Antônio Carlos Valadares, liderando as pesquisas?
Aliança com o DEM? Até pensar é complicado… A Rede? Acho difícil querer carona no desgaste do PT em nível nacional. Vale o mesmo juízo para o PSTU e iguais críticos. Um voo solo é sinônimo de suicídio. PT e João Tarantela? Pizza… Ou seja, até por questão de sobrevivência, o PT nunca precisou tanto ficar no governo.