Por Joedson Telles
“Ninguém pode servir a dois senhores; pois odiará a um e amará o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro” (Mateus 6:24).
As palavras de Jesus Cristo, evidente, condicionam a salvação. Ele diz em resumo que, para herdar o reino do céu, a pessoa não pode jamais deixar Deus em segundo plano. Como diz o primeiro mandamento, “amar a Deus sobre todas as coisas”.
Aos ouvidos de um ateu assumido, o juízo soa mais uma asneira. Um delírio. Entretanto, para os cristãos, os da fé verdadeira no Senhor Jesus, um alerta para ser levado a sério 24h por dia.
Um dos traços mais peculiares do ser humano é a facilidade com que negligencia diante de determinadas rotinas. A coisa está tão ali em nossa frente que passamos a “não enxergá-la” mais.
Quantas pessoas sentem-se constrangidas porque, ao descerem do prédio onde moram, passam próximas a uma roda onde vários vizinhos conversam, dão um bom dia, uma boa tarde ou uma boa noite, percebem que todos escutam, mas são ignoradas? Não há a resposta.
Não se deve duvidar da capacidade do ser humano para ações negativas, lógico. Mas é quase impossível imaginar que essas pessoas ignoram um cumprimento com o objetivo de constranger de forma consciente. A lógica do não enxergar as pessoas parece bem mais evidente. Aliás, até em casa com a família, as redes sociais têm substituído cruelmente o calor humano.
E se vivemos essa cultura danosa ao próprio ser humano entre pessoas de carne e osso – como se diz por aí -, o que dizer quando o assunto é Deus, que é espírito e, como tal, não é visualizado pelo homem? Quando existe a relação é unicamente pela fé? É possível não enxergar o que está materializado, mas avistar o invisível? Evidentemente, não.
Lendo sobre o assunto e ouvindo pessoas que se debruçaram sobre o tema, chega-se a uma conclusão triste: o mundo, via de regra, se transformou numa corrida tão arrojada pelos bens matérias que Deus e o próprio ser humano nunca ocupam o primeiro plano na vida da maioria das pessoas.
Há pessoas que, simplesmente, se acostumaram a viver sem Deus. Ou vivem “bem” com um Deus da boca para fora. Um Deus que figura, por exemplo, no adesivo do carro como fiel, numa cruz que serve para enfeitar o corpo, numa imagem qualquer, mas não na mente. No amor. Na fé. A palavra de Deus sequer é lida quanto mais aplicada.
Note-se, isso não acontece desde a infância. Muitas destas pessoas que, não admitem, mas estão enveredando pelo ateísmo, até foram batizadas em alguma igreja. Frequentaram um culto ou mesmo uma missa por certo tempo. Oravam pelo menos antes de dormir. Todavia, aos poucos, foram se afastando de Deus.
É como se no inconsciente a pessoa dissesse em voz alta: “não preciso de Deus”. Estudo, passo em um bom concurso, compro um imóvel e um carro, construo uma família, coloco os filho num bom colégio, viajo nas férias, pago um plano de saúde e espero que, na velhice, além da aposentadoria, os filhos socorram. Pronto. Eis os planos da maioria das pessoas. Não pensam na morte. Não levam em conta que têm uma alma, um espírito.
E quando escapam desta rotina descrita nas linhas de cima é por algo maior no terreno material. Um projeto mais ousado. Mas do ponto de vista espiritual que é bom nada. Quando muito, confundem tudo. Vão à igreja aos domingos, mas não aplicam uma vírgula do que diz a Bíblia em suas vidas, ficando cada vez mais longe da salvação. Exibem o guarda roupa e acreditam que cumpriram a “obrigação” com Deus. Confundem religião com fé. Mas, bem. Paremos aqui. Este é um tema para outro texto.
Deus no comando.