Por Joedson Telles
Recebo com tristeza a notícia que o ex-governador João Alves Filho foi vítima de algumas paradas cardíacas, na tarde de ontem, no apartamento onde reside, em Brasília, e encontra-se em uma UTI em estado grave. João Alves está fora da política, há cerca de quatro anos, justamente por problemas de saúde. A doença do Alzheimer o tirou de combate e o jogou numa cama sem reconhecer ninguém. Não somos nada… Aos 79 anos, Dr João nunca precisou tanto de orações.
Aliás, é o mínimo que todos nós, sobretudo os sergipanos, podemos fazer em nome não apenas do ser humano João Alves, mas também do homem público mais importante da história de Sergipe. E não é apenas o seu estado de saúde que obriga deixarmos preferências políticas à margem, neste momento, e reconhecer: a folha de serviços prestados ao estado, ao longo dos anos, grita.
Dispensa cansar o internauta listando aqui as várias obras e ações do ex-governador em prol do desenvolvimento do estado. De melhorar a vida das pessoas. A história fala e não precisa de amparo.
Sem João Alves, Sergipe não seria o mesmo. Inclusive, muitos políticos que conseguiram eleições, sucesso na carreira, sem a ajuda de João Alves, seriam desconhecidos do eleitor. Poderiam até chegar a Papa, mas jamais conseguiriam um mandato. Isso sem falar no baixo escalão; aqueles que ocuparam espaços nos mandatos de João. E registro em tempo: muitos preferiram a perfídia à gratidão, e se transformaram em odientos adversários.
Óbvio que João Alves cometeu erros. Não estamos falando de Deus, mas de um homem que foi político e hoje luta pela vida sem ter sequer o direito de entender isso. O homem público pode e deve ser criticado sempre. E João foi duramente e lidou com isso respeitando a democracia. Entretanto, é preciso uma dose de malevolência cavalar para tentar negar que o seu lado positivo curva a balança…
O momento requer a busca por Deus, a fé, a energia positiva. João Alves está se despedindo? Não sei. O dia da sua viagem de volta somente Deus tem anotado. Aliás, na mesma agenda que consta o meu, o seu, o nosso nome. Podemos ir primeiro.
No entanto, segundo os médicos, se não for o momento dele, as sequelas serão inevitáveis. Foram longos 35 minutos para conseguirem reanimá-lo, após as paradas cardíacas. E se o seu estado de saúde não lhe permite ter discernimento do nosso agradecimento, que este sentimento venha em forma de oração. É o mínimo.