Por Joedson Telles
Em boa hora, o radialista Narcizo Machado, nesta terça-feira, dia 16, no Jornal da Fan FM, alertou, em tom de total repulsa, sobre a desfaçatez da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que concede anistia a partidos políticos que descumpriram regras da Justiça Eleitoral, nas eleições. Foi praticamente todo o programa repercutindo a notícia e colocando no ar a revolta dos ouvintes. Jornalismo do bom.
Permito-me usar este modesto espaço para também repudiar a tal PEC, que, na prática, desobriga responsáveis (irresponsáveis?) por partidos políticos, que tenham usado o dinheiro de forma irregular, a procederem com a restituição.
Se o cidadão bancar do próprio bolso campanha eleitoral num país com tantos problemas – cujas soluções passam, quase sempre, por recursos – já é algo reprovável, absurdo, usar este dinheiro suado fora do guarda chuva da lei eleitoral deveria resultar em cadeia. Sem mais…
… O internauta que também reprova o cinismo deve ficar atento aos próximos passos. A matéria pode ser votada na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara Federal, hoje. Saber quem votará a favor e quem dará o não merecido é exercício de cidadania.
Não basta mandar um áudio para um programa de rádio externando posição contrária. É evidente que isso é importante e ajuda a formar opinião. Mas é pouco, em se tratando da urgente necessidade de se punir os políticos que apoiam a ideia nociva ao coletivo.
Em 2024 teremos novas eleições. Em 2026 idem. Em 2028… Acompanhar os passos dos políticos e não votar naqueles que votarem favorável é bem mais produtivo. Se não votar e também fizer campanha contra é ainda melhor.
Áudio crítico veiculado em emissora de rádio, repito, é importante. Entretanto, o que o mal político sente mesmo é uma derrota nas urnas. Ficar sem mandato.
Perdoar dívidas imorais é bater com mais força ainda no rosto já marcado do contribuinte. Por amor próprio, o eleitor não pode comungar com a desfaçatez.