Por Joedson Telles
Acho uma chatice sem tamanho “precisar” me somar ao coro dos que, a exemplo do delegado e pré-candidato a prefeito de Aracaju, Paulo Márcio, saíram em defesa da também delegada e pré-candidata, Danielle Garcia. Bolas! Estamos em 2020 e ainda precisamos rebater declarações machistas?
A democracia, assim como tudo na vida exceto Deus, tem lá seus defeitos. A liberdade de expressão, vez por outra, produz acordes infelizes. Danielle Garcia que trate de proteger os ouvidos: no jogo político, a desafinação soa inevitável.
Alguém tem dúvida – antes uma dose exagerada de ingenuidade – que se não fosse a eleição surpreendente do delegado Alessandro Vieira para o Senado e o seu apoio ao projeto Danielle Garcia, ela não estaria na mira da espingarda? Bastava ser pré-candidata a vereadora para ter a tranquilidade de caminhar e esperar que, no momento oportuno, quem tem o poder de decisão. Aliás, o bom senso recomenda não apenas respeito ao calendário eleitoral, mas, sobretudo, às pessoas.
Não existem – e nem poderiam existir de forma legal – candidaturas postas, neste momento. Há intenções no atacado e haverá força para encarar a realidade, lá na frente, no varejo. Tem gente metendo a cara aí, mas que sequer levará a ideia à frente. E para outros o eleitor dará de ombros. Tudo dentro do processo democrático.
Não justifica, todavia, perseguir candidato “A” ou “B”. Mesmo por conta de pesquisa (tendenciosa ou não), a bola não deixa de ser fora. Até porque as pesquisas de hoje, assim como aconteceu com pesquisas açodadas em outras eleições, serão desmoralizadas pelo eleitor.
É tanto que tem quem se agarre ao lugar comum que reza que “pesquisa é o retrato do momento”. Só não admite ser desfaçatez, nestas circunstâncias, divulgar pesquisa apenas para enganar eleitor desprovido de inteligência.
Portanto, nenhum pré-candidato, com o mínimo de inteligência, senta no colo de pesquisa favorável. Se o eleitor já mostrou, em várias eleições, que elege um chefe para o Poder Executivo, no primeiro turno, e muda o voto no segundo, derrotando quem ele mesmo elegeu outrora, imagine a ingenuidade de se agarrar às pesquisas?
Faltam “apenas” oito meses para a eleição, as alianças serem fechadas, as candidaturas serem registradas, as campanhas ganharem as ruas e as redes sociais pra valer, os candidatos na TV, no rádio e nos debates disputando voto a voto. Só isso…
Danielle Garcia, se, de fato, registrar uma candidatura, precisará convencer o eleitor que não apenas tem o melhor projeto para Aracaju, mas também a capacidade para comandar as ações. Isso contra outros nomes que tentarão persuadir que têm bem mais capacidade que ela para a missão.
Inclusive, entre os pré-candidatos, tem o atual prefeito Edvaldo Nogueira, que não precisará jogar com o abstrato. Aracaju o conhece. Erros, acertos, obras… Com ele na disputa, obrigatoriamente, teremos o embate: o que fez, que provou que sabe fazer x os que estão dizendo que sabem e prometem fazer mais e melhor. Ao eleitor caberá escolher. E, certamente, o fará pelo cérebro – seu e do candidato. Não levará em conta o sexo. Pode apostar.