Por Joedson Telles
O desenho da eleição para prefeito de Aracaju parece concluído. É certo que alguns retoques até o carnaval passar fazem parte da cultura política a manter viva a dinâmica, mas já se pode fitar atores e discursos de forma cristalina neste momento.
Chama a atenção o lugar comum: apesar de bater cabeça, espelhando não ter liderança capaz de evitar desgastes desnecessários entre aliados, a oposição está unificada na opção pela e velha ferramenta para tentar chegar lá: falar mal de João Alves. Seja ele candidato ou não.
A tática anunciada nas entrelinhas emerge não apenas por ser praxe quem almeja o governo criticar o gestor de plantão como também pelo caminho traçado pelos adversários de João Alves, ao longo dos tempos. É como se evitassem o debate das obras, das ações, do que foi feito de positivo pelas partes envolvidas em prol de Aracaju temendo não haver fôlego para isso. E, assim, opta-se pela pancada.
Se sempre foi assim, imagine neste momento que o próprio João Alves admite não realizar a gestão sonhada por ele mesmo – e, óbvio, da qual necessitam aracajuanos e demais pessoas que vivem nesta acolhedora capital?
A disputa, com mínimas surpresas, deve estar mesmo em, de um lado a oposição atacando João Alves, cobrando promessas de campanha, e do outro João Alves mostrando o que fez – inclusive na época de governador – e explicando o que não conseguiu fazer, tendo como estepes o governo Jackson Barreto, que é pior que o seu, a crise econômica e o que define como má vontade dos Governos Federal e Estadual com sua gestão.
Deste jogo de discursos, do qual emerge a figura do marqueteiro pronto para atuar tentando persuadir o eleitor, mesmo quando o candidato não tem razão em si, sairá o prefeito de Aracaju, a partir de janeiro de 2017. Cabe ao eleitor, óbvio, a tarefa de decidir. Mas não sem antes ter responsabilidade: conciliar discurso e prática, para não cometer o mesmo erro de outras eleições.