Por Joedson Telles
A propósito do primeiro turno das eleições de Aracaju, registro que, se atrelamento político fosse decisivo para vencer uma eleição, a então candidata pelo PT, Candisse Carvalho, estaria, hoje, comemorando a vitória. O maior líder político do Brasil, o presidente Lula, pediu votos para Candisse, mas ela só obteve 9,24%.
Por outro lado, ao vencer o primeiro turno com 41,62 % dos votos, Emília Corrêa serve de exemplo que conta mais a história e o peso políticos dos próprios candidatos. O juízo, aliás, deveria servir de norte para a disputa do segundo turno, tanto para Luiz Roberto quanto para a própria Emília. Ao menos na teoria, dialogar com Aracaju, provando ter preparo para o cargo, soa a receita para a vitória; e aí, amigos e amigas, é o momento que o marketing entra em cena pra valer.
Evidente que apoio político ajuda a ganhar uma eleição, mas, como já posto, não decide. Emília e Luiz precisam tentar o apoio das candidatas Yandra Moura, Candisse Matos, Delegada Danielle e Niuly Campos e do candidato Zé Paulo. Seria de uma falta de inteligência e desconhecimento do jogo fora do comum abrir mão de adesões.
Entretanto, mais importante que dialogar com os que não chegaram ao segundo turno é entender que a nova eleição será diferente em vários aspectos da eleição do primeiro turno; e que a conversa principal precisa ser mesmo com o eleitor, que é quem tem o poder de decidir.
As trocas de flechas entre políticos são, na maioria dos casos, superadas por eles, no momento das novas alianças. Mas nem sempre vazam da memória do eleitor facilmente, sobretudo em poucos dias. É preciso um trabalho de persuasão. Demonstrar que até casal que se ama tem lá seus enfrentamentos, e que o projeto para Aracaju é maior – precisa ser maior – que quaisquer mágoas ou outros sentimentos – até porque, todos fizeram e receberam críticas. Foi um festival.
Emília leva a vantagem óbvia de ter sido a mais votada, no primeiro turno. Entretanto, ao menos na teoria, teria mais dificuldades para somar força política. O fato de Luiz Roberto ser do mesmo agrupamento que Yandra e Danielle lhe dá uma vantagem – sobretudo levando-se em conta a inclinação dessa fatia do eleitor.
Emília enfrenta ainda a dificuldade de ser bolsonarista, no momento de dialogar com a petista Candisse de Lula e com Niully do esquerdista Psol. Aliás, por questões óbvias, eleitores que se denominam de esquerda não votam em bolsonarista. Emília precisaria descolar sua imagem da do ex-presidente. Seria o grande desafio. E, evidentemente, perderia votos de bolsonaristas. A julgar pela sua votação, no primeiro turno, melhor seguir bolsonarista, ainda que empurre a esquerda para o palanque de Luiz. Em poucos dias, saberemos quem dialogou melhor.