O ano de 2018 começa com uma informação importante para a economia sergipana. Em janeiro houve queda significativa da taxa de número de famílias que não terão condições de pagar as dívidas atrasadas (10,9%), no período de um ano. Em dezembro de 2016 a taxa estava em 26,3%. Isso significa que as famílias, de alguma forma, podem estar propensas a consumir mais no início deste ano, bem como podem poupar dinheiro, ou mesmo direcionadas a quitar dívidas. A diminuição do número de famílias inadimplentes é de 60% entre dezembro de 2016 e dezembro de 2017 deste ano. Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Intenção de Consumo (PEIC), realizada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC).
Laércio Oliveira, presidente da Fecomércio, comentou o resultado positivo da queda na inadimplência das famílias aracajuanas, atribuindo fatores para a melhoria no quadro. “A queda no número de famílias em situação de total inadimplência é muito grande e esse é um dado que deve ser comemorado. O que isso quer dizer? Que o consumidor está sabendo valorizar o seu dinheiro e organizar melhor as suas contas, para poder arcar com seus compromissos. Isso é o reflexo direto do aumento do número de empregos em nosso estado, que voltou a subir depois das medidas tomadas que voltaram a dar impulso em nossa economia. A reforma trabalhista trouxe consigo novas oportunidades de geração de emprego, bem como a regulamentação da terceirização deu uma nova vida a trabalhadores especialistas em determinadas atividades, que passaram a ser mais captados pelas empresas. A recuperação de empregos é uma das causas da diminuição da inadimplência, pois as famílias estão podendo pagar seus compromissos novamente”, disse.
O número de famílias que se encontram com quadro de endividamento indicativo de contas em atraso também apresentou elevação, com o índice de 27,5% em dezembro deste ano. Em dezembro de 2016, essa taxa estava em 25,4%. Os números foram estudados pelo departamento de Economia da Fecomércio-SE. A Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor é apurada mensalmente pela CNC desde janeiro de 2010.
A pesquisa também mostrou que o nível de endividamento das famílias aracajuanas elevou em 2017, alcançando o percentual de 66,8%. O número indica um crescimento de 6,6% em relação a dezembro de 2016, quando a taxa estava em 60,2%. A elevação no número de famílias endividadas tem um significado positivo na economia também, considerando que esse é o reflexo do aumento do consumo nos meses finais do ano. As pessoas estão voltando para o comércio e adquirindo bens, injetando recursos na economia local, fomentando o desenvolvimento e a geração de emprego e renda. Ou seja, contrair dívidas em nível que seja adequado para o pagamento é bom para os consumidores, pois aumentam o seu poder de compra, desde que mantenham o compromisso de quitar seus débitos, bem como é bom para o comércio. Pois a movimentação maior de recursos injeta mais riquezas em circulação na economia, fomentando o setor produtivo, levando a uma maior geração de emprego e renda. Laércio Oliveira explica o funcionamento dessa sistemática.
“Ter uma dívida não é ruim, o ruim é não ter controle sobre o seu endividamento. Quando uma pessoa usa o seu cartão de crédito, ela sabe que está contraindo uma dívida. Entretanto, o que parece ser ruim não é. Pelo contrário, se usada com responsabilidade, a capacidade de endividamento do cidadão é uma maneira confiável para a pessoa ter acesso aos bens de consumo, como também estimula a geração de mais oportunidades de trabalho, pois quando a pessoa lança mão de recursos para compra, faz com que o ciclo econômico flua e aumente exponencialmente a capacidade das empresas de vender, o que gera boas consequências para o mercado de trabalho, levando a uma geração de novos empregos para os trabalhadores sergipanos. O consumo consciente leva a uma condição equilibrada de compra e administração do seu dinheiro”, comentou.
Entre as principais modalidades de dívidas, o cartão de crédito continua liderando, com 76,3% do total das famílias mencionando esse tipo de dívida como principal, seguida de crédito pessoal (26,1%). Para as famílias com rendimento de até 10 salários mínimos, 76,5% mencionaram que suas dívidas eram com cartão de crédito, já para as famílias com remuneração acima de 10 salários mensais esse percentual foi de 73,8%. Em se tratando de dívidas com crédito pessoal, para as famílias com remuneração entre um e dez salários mínimos, cerca de 26,0% declararam essa modalidade de dívida, em dezembro esse percentual foi de 22,7%.
Um indicador extremamente importante para a compreensão do endividamento das famílias é comprometimento da renda com dívidas a pagar. Em janeiro, 50,3% do total das famílias pesquisadas, com renda até 10 salários mínimos, mencionaram estar comprometidas entre 11% e 50% da renda com dívidas. Esse percentual foi inferior ao mês de novembro (55,5%). Cerca de 34,2% do total das famílias pesquisadas, com remuneração até 10 salários, mencionaram estar com menos de 10% da sua renda comprometida com dívidas, no mês de dezembro.
Enviado pela assessoria