Se levar mesmo adiante a ideia de voltar a bater à porta do Poder Judiciário para colocar em xeque a escolha da deputada Susana Azevedo para o TCE, e, por tabela, o Poder Legislativo, que realizou a eleição, o candidato derrotado Belivaldo Chagas, em conseguindo ver outra vez a eleição anulada, terá mais um obstáculo pela frente. O líder da oposição, Venâncio Fonseca, parece não ter brincado, quando afirmou que Susana poderia ter tido dois votos na bancada governista.
Na Assembleia Legislativa, fora dos holofotes, o que se comenta é que os dois deputados do PMDB, Zezinho Guimarães e Garibalde Mendonça, dificilmente deixariam de votar em Susana Azevedo, caso houvesse uma terceira eleição. Pelo menos é o que corre à boca miúda. Aliás, há que diga que, o líder do governo, o deputado Gustinho Ribeiro, ao solicitar à bancada que se retirasse do plenário antes da votação, evitou o vexame de ver o PMDB votando em Susana já na 2ª eleição.
Se abordados por jornalistas, os deputados Zezinho e Garibalde talvez não confirmem a intenção. Devem passear no tema sem tocar no cerne da questão. Todavia em poucas áreas aquela velha frase de a fumaça preceder o fogo ganha cores vivas como na política.
E mesmo sem escutar da boca dos parlamentares que eles votariam em Susana, o ex-deputado Belivaldo Chagas deveria colocar um pé atrás. Uma nova derrota em plenário seria como enfiar a faca na ferida ainda em processo de cicatrização. Um dano terrível.
No entanto, já disse neste espaço e ratifico: é democrático qualquer pessoa buscar a Justiça quando acha necessário. É legitimo. E cabe a Belivaldo decidir. Só a Belivaldo. Não é como a escolha do conselheiro que coube à Assembleia. Ainda que desgaste mais a Casa e a própria imagem, Belivaldo tem todo o direito de voltar a apelar para o Tribunal de Justiça. Ainda que esteja plantando a semente de uma nova derrota, é um direito dele. Por que não?