Por Joedson Telles
“… se alguém está em Cristo, é nova criação. As coisas antigas já passaram; eis que surgiram coisas novas” – 2 Coríntios 5: 17 (NVI).
Este “se” aponta para uma constatação horripilante, mas, infelizmente, incontestável: nem todos estão em Cristo. Detalhe: muitos nutrem a falsa certeza que estão.
Mas o que é estar em Cristo? Estar em Cristo é mais do que saber que ele existe. Mais do que reconhecê-lo como Deus filho. Mais do que acreditar que ele é o único que salva. Mais do que não duvidar da sua crucificação, morte e ressureição. Mais do que ter a certeza que ele está ao lado de Deus pai e voltará para buscar o seu povo. Mais do que…
Todas as coisas mencionadas – e outras mais – são imprescindíveis e inegociáveis na vida de quem quer ser um verdadeiro discípulo de Cristo. Viver o Seu senhorio. Não se discute o óbvio. Mas se isso tudo não resultar em uma experiência pessoal que leve ao reconhecimento do pecado – que afasta o pecador de Deus – e ao urgente arrependimento, não vale nada.
Estar em Cristo espelha a obra do Espírito Santo na regeneração do pecador, promovendo sua reconciliação com Deus, mediante a fé no Salvador. Há uma visível mudança radical de pensamentos e ações. Há uma verdadeira conversão.
Não basta, do mesmo modo, acreditar em Deus, frequentar uma igreja e ler e meditar nas Escrituras. É preciso aplicar a Palavra de Deus na própria vida, de modo a espelhar para as demais pessoas essa regeneração. É ter uma vida piedosa, experimentando o processo de santificação, que durará até a volta de Jesus. “Porque Deus não nos chamou para a impureza, mas para a santidade” (1 Tessalonicense 4: 7).
Se, de fato, “as coisas antigas já passaram”, se houve uma verdadeira regeneração, cumprindo os propósitos de Deus, já não haverá mais “prazer” no pecado, mas constrangimento e ira contra as práticas reprovadas por Deus.
Em Cristo, o gozo da alma está na glória de Deus, nas coisas lícitas aos Seus olhos; e a Bíblia é clara, ao apontar o que desagrada ao Pai, em várias passagens, como, por exemplo, em Colossenses 3: 5-10.
“Assim, façam morrer tudo o que pertence à natureza terrena de vocês: imoralidade sexual, impureza, paixão, desejos maus e a ganância, que é idolatria. É por causa dessas coisas que vem a ira de Deus sobre os que vivem na desobediência, as quais vocês praticaram no passado, quando costumavam viver nelas. Mas agora, abandonem todas estas coisas: ira, indignação, maldade, maledicência e linguagem indecente no falar. Não mintam uns aos outros, visto que vocês já se despiram do velho homem com suas práticas e se revestiram do novo, o qual está sendo renovado em conhecimento, à imagem do seu Criador”.
Mas “eis que surgiram coisas novas”; a Bíblia também ensina sobre isso. Ou seja, como vivem os que estão em Cristo. “Portanto, como povo escolhido de Deus, santo e amado, revistam-se de profunda compaixão, bondade, humildade, mansidão e paciência. Suportem-se uns aos outros e perdoem as queixas que tiverem uns contra os outros. Perdoem como o Senhor lhes perdoou. Acima de tudo, porém, revistam-se do amor, que é o elo perfeito (Colossenses 3; 12-14).
Esses dois parágrafos replicando Colossenses, nos devolve ao livro de 2 Coríntios. “Pois o amor de Cristo nos constrange, porque estamos convencidos de que um morreu por todos; logo, todos morreram. E ele morreu por todos para que aqueles que vivem já não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou” (2 Coríntios 5: 14,15 ênfase acrescentada).