Sobretudo quando contaminada por essa falsa ideia de liberdade que desrespeita o direito dos outros e as próprias instâncias legais
Por Luciano Correia
1) Na quinta-feira, dia 25, num evento na Casa Branca, o presidente Obama passou um corretivo numa senhora destemperada que interrompeu seu discurso, e insistiu interrompendo. Obama fazia uma reunião com militantes dos grupos GLBT dos Estados Unidos, justamente um ato de apoio. A senhorinha reclamou em favor dos imigrantes, cobrando políticas assim ou assado. Não importa. Estava num ato dos GLBTs e devia respeitar a pauta e os presentes. Não respeitou e tomou uma xinga pública, internacional. Como ela insistisse na sua grosseria (é mais que falta de educação: é burrice!), Obama, diferente de líderes frouxos, que jogam para a platéia, pediu para retirar a baderneira da sala.
2) Na quinta-feira, dia 25, em Aracaju, o governador Jackson Barreto foi fisicamente constrangido, impedido de falar e se movimentar, pelo que resta de professores grevistas (se a greve acabou, não deviam estar na sala de aula?). Não aceitam a decisão da Justiça, a quem começaram a desqualificar imediatamente após a decisão contrária à legalidade da greve, inclusive despejando suspeitas públicas sobre a conduta de desembargadores. Nossa democracia, esta frágil senhora, vai muito mal, sobretudo quando contaminada por esses maus exemplos, essa falsa ideia de liberdade que desrespeita o direito dos outros e as próprias instâncias legais. Jackson Barreto, com fairplay, acabou ainda posando para fotos dos professores, frustrando a deliberação destes em provocar um incidente, vitaminá-lo e fazê-lo um factóide político. Querem repetir a palhaçada do Paraná a todo custo.
A pergunta é: temos um aparato político, jurídico, midiático, enfim, temos crises e problemas instalados em cada um dos setores da sociedade brasileira atual, mas, fora desse jogo – que é o jogo da democracia – o que temos? A barbárie? O insulto e o desrespeito? A agressão e o baixo nível?
É este, pois, o conceito e a prática da senhorinha dos Estados Unidos e dos professores que atuam à margem da lei.
* Luciano Correia é jornalista