Por Joedson Telles
Ao externar que o vereador Nitinho promoveu ataques contra um líder do agrupamento – e que “tais atitudes são manifestações que se espera apenas de partidos em franca oposição, e não de um membro de um partido aliado” -, o PDT desperta uma curiosidade: o governador Fábio Mitidieri, e não apenas Edvaldo Nogueira, também é atingido.
Certo ou errado nos seus verbos, o Nitinho alvo da nota do PDT é o mesmo Nitinho que nunca escondeu que tem como seu líder político o governador Fábio Mitidieri; inclusive são do mesmo PSD.
Pergunta óbvia: se é liderado por Fábio Mitidieri, Nitinho teve o seu aval para ir de encontro ao prefeito Edvaldo Nogueira ou agiu à revelia?
Indago de outra forma: Nitinho foi fiel a Fábio ou não levou em conta a excelente relação política entre o governador e o prefeito? Passou por cima, colocando a liderança em xeque?
Sinceramente, creio que Nitinho agiu por conta própria. Não consigo – mesmo em se tratando de política – imaginar Fábio comungando com o que a nota do PDT “repele”.
O governador, que já declarou que o seu palanque, em 2024, será o mesmo onde estará Edvaldo, por certo, também foi surpreendido.
Nem por isso, todavia, Fábio Mitidieri pode se dar ao luxo de reavaliar a sua liderança dentro do bloco, visivelmente fragilizada no episódio. Não esqueçamos que Nitinho tem um grupo de vereadores animados com a sua pré-candidatura. Não pode ser subestimado.
Evidente que o governador – nem nenhum outro político – pode controlar a língua de um aliado. Não é isso. Entretanto, quando tudo vai bem entre líder e liderados, a coisa flui como uma música tocada por uma primorosa orquestra: ninguém erra; ninguém desafina.