O deputado estadual Francisco Gualberto (PT), vice-presidente da Assembleia Legislativa de Sergipe, voltou a falar, na sessão desta quarta-feira, dia 16, sobre o derramamento de óleo nas praias do Nordeste. Na semana passada, ele havia dito que iria reforçar um requerimento apresentado pelo deputado Gilmar Carvalho (PSC) convidando representantes de órgãos ambientais para debater o assunto no plenário da Alese. De acordo com a imprensa nacional, as manchas de petróleo cru já atingiram mais de 160 localidades em todos os estados do Nordeste desde 30 de agosto.
“Eu disse que apoiaria e faria um complemento convidando representantes das empresas do governo federal ligadas ao meio ambiente, Ibama e Petrobras. “Já que a questão do desastre ecológico não tem origem no estado de Sergipe, nem nada a ver diretamente com o nosso governo, que está apenas contribuindo para minimizar os efeitos do desastre”, confirmou Gualberto, informando agora que desistiu da ideia.
“Assistindo ontem à TV Câmara, de Brasília, ouvi pronunciamentos de vários deputados federais e senadores que já têm a informação de que trata-se de um crime premeditado. Citaram nome da empresa e defendem a tese de que esse desastre ecológico espalhando óleo pelas praias do Nordeste tem como finalidade desviar o foco de todo desgaste que o governo federal vinha sofrendo em função do desmatamento proposital e das queimadas na Amazônia”, relatou o deputado, mostrando indignação.
“Portanto, diante dessas suspeitas dos parlamentares de Brasília, duas coisas devem acontecer: ou o governo federal aponta uma investigação mostrando quem derramou o óleo, e como aconteceu esse derramamento no mar; ou as suspeitas continuam de outra forma sendo investigadas, e com o governo federal calado sobre o crime que ocorreu de fato. Aí cabe ás pessoas se perguntarem: quem cala consente?”, provocou Francisco Gualberto. “Nós não podemos admitir que a Marinha Brasileira não tenha qualquer controle sobre os navios que trafegam no mar do Nordeste”, afirma.
Para o deputado, se for confirmado que o derramamento de óleo no mar foi apenas para omitir ou desviar todo o tema lamentável sobre as queimadas na Amazônia será uma tragédia política que fere a ética de um país. “Além de serem duas tragédias de crime ambiental sem precedentes no Brasil”, garante. “Por esses motivos desisto de apresentar os requerimentos porque os representante do Ibama e da Petrobras não irão tratar desse assunto nem tirar as dúvidas do povo brasileiro. Desisto, por enquanto, dos requerimentos e vamos aguardar um pouco mais o desenrolar desses episódios que estão acontecendo no Brasil sob a batuta do governo Bolsonaro”.
Nesta quarta-feira, a Petrobras anunciou ter recolhido 200 toneladas de resíduos de óleo em praias do Nordeste. A empresa diz que, desde 12 de setembro, mobilizou 1,7 mil agentes ambientais para a limpeza das praias e 50 funcionários para planejar a resposta ao desastre ambiental. Segundo laudo da Petrobras e da Universidade Federal da Bahia, o material é petróleo cru da Venezuela, mas até agora não houve prova concreta sobre isso.
Enviado pela assessoria