“Foi tortura, morreram pessoas, inclusive jornalistas”, lembra Camilo
Por Leonardo Teles
O vereador Cabo Amintas (PTB), durante a sessão da Câmara Municipal de Aracaju (CMA), desta quinta-feira, dia 07, afirmou que o Brasil viveu uma revolução, e não uma ditadura, entre os anos de 1964 e 1985. “Não lembro de ter ditadura no Brasil. Lembro de uma revolução. Um levante do povo, que clamou para que os militares tomassem o poder, porque a bagunça naquela época era igual ao governo de Lula e Dilma, que está pulando uma fogueira para não presa a qualquer momento”, provocou o parlamentar.
Amintas iniciou a discussão por discordar que o Dia do Radialista fosse comemorado hoje. Para ele, é dia 21 de setembro, estipulado pelo ex-presidente Getúlio Vargas. O vereador também discordou mudança da nomenclatura das escolas estaduais Costa e Silva e Garrastazu Médici, nomes de ex-presidentes do período militar, que ocorreu em 2016. Segundo ele, foi uma “armada de petista e esquerdista”.
“Hoje, as pessoas subiram aqui para parabenizar o Dia do Radialista. Eu quero dizer que, como radialista, eu discordo que essa data seja comemorada no dia de hoje, porque foi uma invenção do ex-presidente Lula, em 2006 para agradar a família de Ary Barroso, que era radialista, porque queria uns votinhos ali em Minas Gerais. Essa data foi criada em 1943 pelo então presidente Getúlio Vargas, em 21 de setembro, quando se estipulou o piso salarial do radialista, então para mim a data do radialista é a data de Getúlio Vargas” e continuou “Nesse país é assim: arrancam os nomes dos colégios aqui em Aracaju. ‘Chega e tira porque Costa e Silva. Chaga porque Getúlio Vargas foi militar’. Não adianta: o Colégio Costa e Silva vai continua e Silva a vida inteira, isso não muda”, acredita.
Comissão da Verdade
O vereador Camilo Lula (PT) rebateu o juízo de Amintas, afirmando que a mudança nas nomenclaturas das escolas aconteceu por meio da Comissão Nacional da Verdade, criada pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2011, para apurar o que aconteceu com mortos e desaparecidos durante a ditadura militar.
“A mudança de nomes das escolas não é algo que os governantes fazem por conta do seu ego, ou por conta da sua vontade, mas é uma indicação da Comissão Nacional da Verdade, de que é preciso que a história do Brasil seja passada a limpo, de 1964 a 1985 foi uma ditadura, foi tortura, pessoas morreram, foram assassinadas milhares de pessoas, inclusive jornalistas. O senhor fica aqui parabenizando radialistas, mas jornalistas foram assassinados”. lembrou Camilo.