Por Joedson Telles
As cenas do excelente jogador Gerson, do Flamengo, revoltado, falando, gesticulando, caminhando visivelmente atônito pelo gramado do Maracanã, na noite do domingo 20, após ouvir a frase “cale a boca, negro” não saem da minha cabeça. Martelam em busca da resposta que não existe: o que justifica um ser humano cometer o crime de injúria racial? Julgar pela cor? Ser tão pequeno? Injúria racial é crime que fere a alma. Não podemos continuar convivendo com este inimigo.
Chegamos ao caos. Já não basta só a empatia. Não basta não cometer injúria racial: é preciso ir pra cima dos criminosos; cada um dentro do seu quadrado, fazendo a sua parte contra o mal. Precisamos de leis mais duras. Precisamos de um olhar mais sensível e atento. Precisamos combater mais o bom combate.
O artigo 140, parágrafo 3º, do Código Penal estabelece a pena de reclusão de um a três anos e multa, além da pena correspondente à violência, para quem comete o crime de injúria racial.
Todavia, os casos que afloram – inclusive contra crianças – dizem com eloquência: os criminosos não se sentem intimidados. Endurecer a pena, portanto, emerge como um caminho para, pelo menos, minimizar o problema.
Do mesmo modo, incentivar as denúncias, apurar tudo com rigor e oferecer as respostas esperadas pelos negros – e por todos que abominam o crime de injúria racial – precisam servir de medida pedagógica a inibir novos casos.
Assim como os traficantes, os assassinos e os estupradores, os que cometem o crime de injúria racial são nocivos à sociedade. Precisam ser identificados, presos e isolados com urgência. Se mostraram incapazes de respeitar as pessoas e conviver em sociedade. São desprovidos de amor ao próximo. Pobres de espírito, espelham não discernirem que somos todos iguais, e que a morte é logo ali.