Os deputados estaduais passaram parte da manhã desta terça-feira, dia 6, reunidos na sala de comissões da Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese), para ouvir os esclarecimentos do presidente do Banco do Estado (Banese), Fernando Mota, sobre o possível fechamento de 17 agências bancárias do interior. As explicações foram prestadas para a Comissão de Orçamento e Finanças da Casa Legislativa.
Após 20 minutos explanando os motivos que levaram a direção do Banese tomar a decisão de retirar os caixas e readequar o banco, Fernando Mota enfatizou que o atendimento das agências passaria para o autoatendimento e Pontos Banese, pois resultaria em redução de custo.
“Realmente publicamos que iriamos suspender os caixas nas agências até a gente elaborar opções de manutenção e funcionamento. Nada será feito de forma impositiva, arbitrária e prepotente, até porque o banco tem consciência do papel social que tem. Temos vários projetos que contribuem para o fortalecimento da economia do estado”, declarou Fernando Mota.
As explicações de Fernando Mota, entretanto, não convenceram todos os parlamentares. O deputado Adailton Martins (PSD), por exemplo, avalia que a decisão irá prejudicar a população. “Fui comunicado por alguns servidores do Banese e munícipes das regiões afetadas que haveria o fechamento ou a retiradas dos caixas das agências. Aqui, todos os deputados são contra, pois descaracteriza uma agência bancária. Com a retirada dos caixas não tem como funcionar e passará a ser mais um ponto ou posto de atendimento. Com isso, a população e comércio local serão todos atingidos”, declarou o deputado Adailton Martins (PSD).
De acordo com o prefeito da cidade de Ilha das Flores e presidente da Federação dos Prefeitos de Sergipe (FAMES), Chistiano Cavalcante, a decisão final sobre o fechamento das 17 agências do Banese será tomada, na próxima sexta-feira, dia 6, com horário e local a serem definidos.
“O fechamento é um grande retrocesso para os municípios, pois quando retira o caixa de um banco não é readequação e, sim o fechamento, pois readequação é uma nomenclatura que o Banese está usando. O funcionamento de uma agência são os caixas onde o aposentado faz o saque do seu dinheiro, os empresários fazem depósitos do apurado em espécie, e é onde gera toda a economia dos municípios. Então, sem dúvidas somos totalmente contra a essa readequação, pois vejo isso grande retrocesso para essas cidades”, declarou.
Chistiano Cavalcante, explicou que o Banese pediu uma contrapartida dos municípios afetados para aumentar a rentabilidade nas regiões com a prestação de serviço. “O fechamento das 17 agências ainda pode acontecer, pois não houve decisão do banco suspendendo a atitude. A maior utilidade de um banco no interior é um caixa. Iremos contar que no dia 6 o banco volte atrás dessa decisão e mantenha os caixas nas agências, pois é um grande anseio da população”, ressaltou.
A presidente do Sindicato dos Bancários de Sergipe (SEEB/SE), Ivânia Pereira, enfatizou que a presença do Banese em um município contribui para o fortalecimento da economia local. “É isso que queremos alertar para as autoridades, reduzir ou transferir o papel do banco para um correspondente bancário é enfraquecer a empresa porque transfere sua atividade fim. Achamos que os primeiros efeitos já estão postos, que é a decisão da direção do banco em rediscutir seu projeto”, ressaltou.
Por fim, o líder da situação, deputado estadual Zezinho Sobral (PODEMOS), observou que a luta pela manutenção do Banese nas 17 cidades são de todos os parlamentares, juntamente com demais setores envolvidos.
“Todos os municípios que têm a agência do Banese irá com a denominação de agência, posto, seja ela qual for. Que a reestruturação ocorra, mas que o ponto de atendimento continue e a prefeitura continue tendo seu espaço, assim como o comércio tenha a garantia do Banese presente em cada município”, finalizou.
Da Rede Alese/Foto: Jadilson Simões