Por Joedson Telles
O Sintese, que, inegavelmente, construiu uma importante história em defesa da Educação Pública, e não apenas de melhores vencimentos, como propaga a oposição, precisa refletir se é acurado botar a faca no pescoço de um governador que está no exercício do mandato, há apenas quatro meses, já sentou à mesa com o sindicato, não se furta sentar outras vezes e argumenta ter concedido apenas 2,5% por falta de condições de conceder mais e não conseguir honrar outros também importantes compromissos.
Que 2,5% é pouco, o próprio governador sabe disso. Entretanto, não seria correto o governo conceder o que o Sintese considera perfeito, e não fazer o mesmo com as demais categorias, inclusive com servidores tão importantes quanto os professores, mas que ganham bem menos. Do mesmo modo, seria um equívoco atender ao Sintese e não resolver todas as demandas de Sergipe que vão além de pagar a folha. O desafio de Fábio Mitidieri é governar para todos.
Lógico que o Sintese está no seu papel. Trivial que não abrace a bandeira do coletivo, mas foque os professores. Os educadores sustentam o sindicato. São a razão da sua existência.
Entretanto, é preciso entender que todos os sergipanos e os que escolheram Sergipe para viver precisam do olhar zeloso do governador do Estado – seja ele Fábio Mitidieri ou qualquer outro político.
Insisto: seria um erro imperdoável o governador atender a uma determinada categoria e não fazer o mesmo com as demais. Aliás, o saudoso ex-governador Marcelo Déda cometeu este pecado, quando concedeu o histórico aumento aos policiais, mas não contemplou os outros servidores públicos com generosidade gêmea.
A propósito, o Sintese fez o enterro simbólico do governo Marcelo Déda. Difícil é acreditar que o aumento dado pelo saudoso aos policiais não teve grande peso sentimental no protesto inesquecível, dada a ligação que o então governador petista sempre teve com o movimento sindical.