Por Joedson Telles
Se não já está fazendo, caro eleitor, comece a fazer uma reflexão profunda, antes de ir às urnas nas eleições marcadas para outubro do próximo ano. A era Lava Jato coage todo cidadão de bem a fazer a sua parte na guerra contra a corrupção. Se conscientizar deste papel importante é bem mais útil ao país e, óbvio, inteligente que perder tempo especulando se “Fulano” ou “Beltrano” será candidato a isso ou aquilo, faltando mais de um ano para o registro das candidaturas. Sem falar que um projeto que contemple o coletivo não repousa em um nome, mas na forma que o candidato eleito adotará para exercer o futuro mandato.
De nada adiantará o trabalho da Operação Lava Jato, desmascarando ladrões do dinheiro público e jogando-os na cadeia (infelizmente, nem todos até o momento), e recuperando, se não todo, ao menos uma parte do dinheiro roubado, se o brasileiro não rejeitar nas urnas ladrões e defensores dos gatunos que conseguirem escapar da prisão e, consequentemente, da inelegibilidade.
Os bandidos que, com ou sem o “jeitinho brasileiro”, pularem a fogueira acesa pelo Ministério Público, Polícia Federal e Poder Judiciário não podem receber o voto do brasileiro, exceto daquele eleitor que aceita a roubalheira, e como tal é corrupto também. Dar carimbo de honesto a bandido e assumir a paternidade da causa nociva.
Não é surpresa mais que bandidos chegam ao poder financiados por empresários também bandidos que “investem” dinheiro em campanhas sujas para, posteriormente, caso o corrupto seja eleito, se beneficiar do assalto aos cofres públicos. Corrupção e caixa 2 infestam os noticiários. Os departamentos de propinas destas empresas sujas foram desmascarados. E o dinheiro público a financiar lucros astronômicos a engordar conta bancária de canalha.
Nenhum eleitor tem mais o direito de votar errado e justificar isso falando em desinformação. Está nítido na teoria, hoje, o que já havíamos percebido, há tempos, na prática: o projeto de quem se elege à custa desta engenharia perniciosa é o próprio bolso. Jamais o País, o Estado, o município. “O coletivo que se lixe. Eu quero e vou é roubar…” Eis a frase a nortear a corja.
Fome, desemprego, desabrigo, falta de projetos eficientes nas áreas de saúde, educação, segurança pública, Justiça… As demandas da população, por mais urgentes que possam ser, e, na maioria das vezes, são mesmo, não sensibilizam o político ladrão. Não tocam em todos que poderiam de alguma forma guerrear contra a corrupção. Dinheiro cega. Revela caráter. E quando atrelado ao poder nem é bom falar.
É assustador, sobretudo pela ótica cristã, mas as ações dessa gente asquerosa dizem com eloquência que empatia com quem ocupa a parte de baixo do Brasil soa perda de tempo, papel de otário. A corrupção vicia e os doentes não costumam aceitar ajuda para largar o vício. O tempo que deveria ser utilizado para dar respostas às demandas da população, como, aliás, fora promessa de campanha, é desperdiçado na desfaçatez de assaltar os cofres públicos.
Neste cenário que começou a ser desnudado pela Ação Penal 470 e, posteriormente, se intensificou na Lava Jato, sobram os do bem. Os sérios e, por consequência, indignados. Estes estão sendo convocados consciente e inconscientemente pela verdade factual para auxiliar a Lava jato.
A missão é alertar eleitores ainda não esclarecidos para a necessidade de finalizar o trabalho imprescindível à moralidade e ao desenvolvimento do país: destruir um sistema corrupto. Assassinar eleitoralmente ladrões e comparsas com a arma do voto.
Esta destruição do que já nasceu podre, óbvio, só será possível nas urnas. Ninguém, por mais inteligente que seja, consegue um mandato sem o aval do eleitor. Persuadir da urgente necessidade de se rejeitar qualquer candidato ficha suja, maquiado ou não, portanto, é o desafio imposto.
Ressalvo, porém, que não apenas existem pessoas sérias exercendo mandatos, mas também que estas precisam seguir na vida pública. Temos uma minoria lúcida, sim. Nem todo mundo é corrupto. Entretanto, filtrar e renovar, de acordo com a necessidade, é imperioso. Se queremos mesmo um novo Brasil, um novo Sergipe temos como pré-requisito somente votar em quem não só comprovar honestidade, mas também distância dos corruptos. Do contrário, o trabalho ímpar e valioso da Lava Jato perderá o sentido. Terá sido, como se diz no popular, “enxugar gelo”.