Por Joedson Telles
“Foram três mandatos e meio. No primeiro entrei como suplente nos dois últimos anos, sendo assim, foram 14 anos como deputada estadual por Sergipe. Meu balanço é muito positivo. Quando coloco minhas ações em números, eles confirmam minha atuação em diversas áreas, especialmente na saúde e em defesa da mulher. Entre os dados temos 103 Projetos de Lei (PL), 1.694 Requerimentos, 23 Projetos de Resolução e 145 Indicações”, diz a deputada estadual Goretti Reis, que não disputou a reeleição nas eleições 2022.
A senhora não disputou a reeleição, em 2022, e deixará a Assembleia Legislativa, agora no final de janeiro. É um adeus ou até breve?
Deixei claro a todos que é um até breve. É muito cedo para um adeus, estaria desperdiçando meu potencial político. Nossa pretensão é minha pré-candidatura à Prefeitura de Lagarto, em 2024. Sinto a necessidade de uma dedicação exclusiva para intensificar as ações que já venho desenvolvendo no município. Teremos quase dois anos para ampliar nossos trabalhos, estando na Assembleia não teria disponibilidade para isso. Encerro esse ciclo importante em minha vida para iniciar outro tão importante quanto.
A senhora se arrepende de não ter tentado mais um mandato?
Não existem arrependimentos quando se tem propósitos. A política é desafiadora. Foram 14 anos na Casa Parlamentar e agora a deixo para galgar novos desafios em prol da sociedade lagartense, vítima de desmandos e abandono por parte da atual gestão. Lagarto está deixando de ser a capital do interior por falta de comando e interesse político dos que estão à frente do município. É preciso conhecer o povo, a cidade, suas carências e suas necessidades, mas só isso não basta, tem que resolvê-las. Ocupar um cargo, só por ocupar, é lamentável e quem sofre é a população. Vamos seguir e enfrentar os novos e muitos desafios que virão. Os cargos públicos e particulares que já ocupei e como atuei, entre eles: a coordenação do Curso de Enfermagem do Centro Universitário (AGES) em Paripiranga (BA); Direção da Faculdade José Augusto Vieira (FJAV) e da Fundação Nacional de Saúde em Sergipe (Funasa); presidente da Maternidade Zacarias Júnior em Lagarto; diretora do Hospital Nossa Senhora da Conceição, também em Lagarto e secretária Municipal de Saúde de Lagarto e Aracaju, me credenciam a mais essa conquista.
O eleitor de Lagarto entendeu sua ausência no pleito?
Diante do caos enfrentado por eles, seja na saúde, na educação, no transporte e muitos outros, o eleitor clama por mudanças. As pessoas estão cansadas do faz de conta que se instalou na cidade. O lagartense merece respeito. Merece saúde, educação e qualidade de vida, infelizmente isso não vem acontecendo. Quando estive secretária de Saúde daquele município criei o primeiro Centro de Especialidades Médicas do interior do Estado; o Centro Humanizado da Mulher; o Centro de Pediatria Criança Saudável e o Serviço de Urgência Ambulatorial 24 horas na Colônia Treze, hoje, infelizmente estão desativados. Em vez de evoluir, o que se vive é um triste retrocesso. Diante dessa necessidade e do que já fiz por Lagarto, tenho recebido apoio por onde passo para uma pré-candidatura à prefeitura da minha cidade.
Guarda alguma mágoa das relações políticas?
Não digo mágoas, talvez algumas decepções, mas acredito fazer parte do processo. Entrei e saio desse ciclo político de cabeça erguida. Sempre respeitei meus colegas o que não significa não ter enfrentado problemas. Sempre joguei limpo. Muitas vezes ocupei a tribuna com discursos mais severos. É preciso saber ser oposição e situação. Cobrar é preciso, mesmo causando atritos. Apesar de ser uma pessoa calma, também sei alterar o tom de voz, quando preciso.
Qual o balanço destes anos exercendo mandatos, no Poder Legislativo?
Foram três mandatos e meio. No primeiro entrei como suplente nos dois últimos anos, sendo assim, foram 14 anos como deputada estadual por Sergipe. Meu balanço é muito positivo. Quando coloco minhas ações em números, eles confirmam minha atuação em diversas áreas, especialmente na saúde e em defesa da mulher. Entre os dados temos 103 Projetos de Lei (PL), 1.694 Requerimentos, 23 Projetos de Resolução e 145 Indicações. Preciso destacar algumas Leis que me orgulham da autoria. Vamos a elas: Lei Nº7.526/2012 oficializa o Outubro Rosa em Sergipe; Lei Nº 8.072/2015 cria a Semana Estadual de Doação de Leite Humano; Lei Nº 8.405/2018, 26 de março é o Dia Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa com Epilepsia; Lei Nº 8.869/2021, prioriza o atendimento aos diabéticos, nos estabelecimentos assistenciais de saúde, hospitais e clínicas da rede pública e privada; Lei Nº 8.375/2017, 29 de julho é o Dia de Combate ao Feminicídio; Lei Nº 8.777/2020 cria Política Pública de Recuperação e Reeducação de Autores de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, e a aprovada recentemente, Lei Nº 47 de 18/03/2019 que destina 2% das vagas de emprego nas empresas contratadas pelos poderes públicos para mulheres vítimas de violência doméstica. Uma mínima parte do muito que foi feito.
A senhora conversou – ou pretende conversar – com algum deputado eleito para dar sequência às suas bandeiras, como, por exemplo, a saúde?
Cada deputado ao assumir uma vaga na Assembleia Legislativa, geralmente, já chega com suas pautas e bandeiras específicas. Torço para que continuem buscando melhorias para nosso povo, independe das áreas.
O que espera do governo Fábio Mitidieri?
Espero que faça o melhor por nosso Sergipe. Tem demonstrado, através de suas escolhas e iniciativas, estar disposto a trabalhar para desenvolver o Estado e tornar melhor a vida de todos. Precisamos de geração de emprego, renda e de oportunidades para a sociedade. Sempre na torcida para os acertos. Fábio, com certeza, tem muito a contribuir com o desenvolvimento de Sergipe. Na torcida sempre!
E do governo Lula?
Sou otimista e mesmo não sendo a minha opção torço para que acerte.
