Por Paulo Márcio
Tarde de sexta-feira, 15. Enquanto milhões de brasileiros comemoram o Dia da República nas praias, bares, restaurantes, lajes e espaços gourmet país afora, equipes da Polícia Federal visitam endereços nobres para cumprir os mandados de prisão expedidos pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal, Min. Joaquim Barbosa, contra doze dos gatunos que implantaram a república da social-roubalheira no primeiro governo Lula.
Com cara de quem já andava confundindo o marechal Deodoro da Fonseca com o Beato Salu, José Genoíno sai à porta, braço erguido, lençol amarrado em volta do pescoço emulando uma capa de super-herói, olhos marejados e voz embargada, aos gritos de “Viva o PT!”. Alguém lhe sopra ao ouvido que, para ficar mais convincente no papel de Super-Homem da Papuda, deveria colocar uma cueca por cima da calça, de preferência vermelha. O ex-guerrilheiro, que jamais havia perdido a ternura em toda a sua vida, nessa hora perdeu as estribeiras e quase entra em vias de fato. “Em casa de enforcado, não se fala em corda”, lembra um debochado tucano à espreita, enquanto tira fotos com seu iPhone.
Joelmir Betting tinha mesmo razão: “O PT é, de fato, um partido interessante. Começou com presos políticos e vai terminar com políticos presos”. E embora o desempenho de Genoíno tenha sido digno de um Oscar, ele não passa de mero coadjuvante nessa saga de um partido político contra a democracia e seus valores. Muito acima dele, está José Dirceu, o homem sem-cerimônia e totalmente despudorado que aceitou, por falta de opção, a função de operador de Lula. Ele é a figura mais sombria e ardilosa em atuação nos bastidores do poder. Mesmo de uma cela na Papuda ou Tremembé, continuará a comandar o núcleo criminoso do partido, assim como Elias Maluco e Marcinho VP, confinados em um presídio no Paraná, continuam dando as cartas no Comando Vermelho.
Em que pese a relevância das prisões efetuadas no Dia da Proclamação da República (lembrando que república vem do latim “res publica” e significa coisa pública), é necessário que as investigações avancem para apurar todos os fatos, sobretudo as acusações feitas por Marcos Valério contra Lula na sede do Ministério Público Federal. Se houver indício da participação do ex-presidente na roubalheira, que ele seja processado e julgado como um cidadão comum. Pouco importam as suas credencias de “Godfather”, de chefão do clã que cresce e enriquece traficando influência, comprando apoio político e apoiando, quando não financiado com recursos do erário, ditaduras de esquerda em republiquetas vizinhas.
Os petistas podem babar, espernear, assacar contra a honra dos ministros independentes do STF e setores da imprensa que não estão no bolso do partido. Podem também recorrer à Corte Interamericana de Direitos Humanos alegando que foram vítimas de um complô da direita e até pedir asilo em Cuba ou na Venezuela. Isso é o mínimo que se pode esperar deles. Mas em matéria de ética, lisura e moralidade administrativa, o partido de há muito está insolvente. Portanto, não ouse jamais se colocar como arauto da honestidade nem dar lição sobre aquilo que não entende nem tão pouco pratica.