A senadora Maria do Carmo Alves (DEM) lamentou ontem, o triste quadro da educação brasileira. A situação foi abordada esta semana pelo jornal Correio Braziliense que, em sua página de opinião, trouxe artigo intitulado “Educação com nota vermelha”, sustentado em pesquisas realizadas desde 1990, ano em que o Brasil começou a avaliar sua Educação.
Para a senadora por Sergipe, o cenário é muito preocupante. “Já naquela época havia se constatado o descompasso existente entre a escola e o desenvolvimento da sociedade e, passados quase 25 anos, ainda não tenham sido tomadas providências que pudessem corrigir os rumos desses acontecimentos”, afirmou Maria.
De acordo com a parlamentar democrata, o Governo brasileiro universalizou o acesso à escola, mas não conseguiu priorizar a qualidade do ensino. “O resultado disso é que, hoje, amargamos índices nacionais e internacionais que nos envergonham”, argumentou Maria do Carmo, reeleita em outubro passado para o seu terceiro mandato com mais de 448 mil votos.
A senadora lembrou que as atuais escolas têm instalações inadequadas, currículos defasados, materiais didáticos de má qualidade e professores mal remunerados, gerando um círculo vicioso de grave prejuízo para toda a sociedade. “Há elementos no artigo do Correio Brasiliense que nos impressionam, pois demonstram as desigualdades sociais refletidas na educação brasileira”, destacou Maria.
Ela revelou que, de acordo com os números, observa-se que 65% dos jovens brancos concluem em idade ideal o seu ciclo de ensino, enquanto entre jovens negros esse percentual é de 45%. Dos que concluem o ensino fundamental, 83,3% possuem maior renda familiar, enquanto esse mesmo percentual cai para 32,4% entre os mais pobres.
Em sua fala, Maria lembrou ainda que há diferenças regionais arraigadas que resultam em dados mais favoráveis para o Sudeste, onde 62,8% dos alunos conseguem concluir seus estudos dentro de um tempo considerado ideal, enquanto na região Norte esse percentual se reduz para 40,4%. “Essa diferença repete-se quando avaliamos se esses estudantes são provenientes de escolas da área urbana ou rural, resultando em 57,6 e em 35,1%, respectivamente”, lembrou.
No seu entender, algumas dessas diferenças podem ser sanadas com a federalização do ensino, proposta que tem tido o seu apoio no Senado. “Sem dúvida alguma, a federalização do ensino é algo que eu tenho defendido e gostaria muito de ver implantada como solução para melhor qualificar a educação brasileira”, defendeu a democrata sergipana.
Enviado pela assessoria