Por Valter Lima
Aproximar a Secretaria-Geral da Presidência da República das iniciativas de combate à fome e de promoção da segurança alimentar. Foi com esse propósito que o ministro Márcio Macedo participou, nesta sexta-feira (6), em Aracaju (SE), de dois importantes eventos voltados à oferta de alimentação gratuita e de qualidade para populações em situação de vulnerabilidade social.
Pela manhã, o ministro esteve presente na Oficina de Cozinhas Solidárias de Sergipe, espaço de diálogo e troca de experiências entre representantes das cozinhas já em funcionamento e gestores públicos.
Márcio Macedo destacou o papel estratégico das Cozinhas Solidárias. “Estou rodando o Brasil e visitando as Cozinhas Solidárias por onde passo. Essa é uma das políticas públicas do nosso governo. Ela surgiu a partir da ação dos movimentos sociais, MTST, MST, CMP e muitos outros, durante a pandemia, para ajudar as pessoas mais vulneráveis. Quando chegamos ao governo, trabalhamos para que isso se tornasse política pública. Levamos a ideia ao presidente Lula, tratamos com o Ministério do Desenvolvimento Social e, hoje, já temos mais de mil cozinhas habilitadas em funcionamento no país, além de outras 700 em processo de habilitação. É um marco importantíssimo”, afirmou.
Em Aracaju, já são sete cozinhas em funcionamento com o apoio do governo federal. No total, o estado de Sergipe conta com 17 cozinhas habilitadas, reforçando o compromisso com o enfrentamento da fome e a promoção da dignidade.
O superintendente regional da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Janderson Maués, falou sobre a capacitação das Cozinhas Solidárias por meio das oficinas. “São 77 Cozinhas Solidárias mapeadas em Sergipe. Destas, apenas 17 estão habilitadas. Então, fizemos esta oficina para capacitar todos, para que sejam habilitados a receber recursos e doações do PAA da Conab. Osrepresentantes das cozinhas sairão daqui sem dúvidas, aptos a fazer o cadastro no MDS, para que este programa possa crescer cada vez mais com essa política tão importante de combate à fome”, concluiu.
A secretária-adjunta da Secretaria Nacional de Diálogos Sociais e Articulação de Políticas Públicas, Izadora Brito, também destacou o papel da sociedade civil na construção da política. “A gente vem participando da construção dessa política pública desde a apresentação do projeto de lei, que depois foi sancionado pelo presidente Lula. Desde então, nos reunimos com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) e, hoje, integramos o comitê de assessoramento da política. É uma das políticas que a gente acompanha mais de perto, inclusive em seus desdobramentos, como é o caso das Cozinhas Solidárias Sustentáveis, uma parceria com a Itaipu Binacional”, ressaltou.
Segunda visita
A segunda visita foi à Cozinha Solidária Recanto Camponês, recém-habilitada pelo programa do governo federal. O ministro conheceu o funcionamento do trabalho e dialogou com integrantes dos movimentos sociais, a exemplo do Movimento Organizado dos Trabalhadores Urbanos (MOTU) e do Movimento Camponês Popular (MCP), que atuam junto à cozinha.
Macêdo destacou a importância da iniciativa no fortalecimento das políticas de segurança alimentar e na proteção social de populações vulneráveis. Ele ressaltou o diferencial do trabalho realizado no local. “Então, a ideia é que esse programa sirva como um dos programas dessa rede de proteção à pessoa humana e de segurança alimentar. Aqui é uma cozinha que eu queria visitar, e estou aqui encontrando um plano, porque eles têm uma coisa interessante, peculiar: eles produzem a comida aqui e fazem busca ativa das pessoas que estão em situação de dor, que estão precisando se alimentar”, destacou.
O ministro também ressaltou que as Cozinhas Solidárias não são apenas espaços de distribuição de alimentos, mas também ambientes de formação, diálogo e qualificação social. Segundo ele, o processo de capacitação é essencial para garantir o acesso aos benefícios e deve ser tratado com seriedade. “Então, isso é outra coisa importante, porque as Cozinhas Solidárias viram ambientes de diálogo, de formação, de convivência das comunidades. Das mães que, muitas vezes, deixam seus filhos com outras pessoas, e aquele é o nosso horário de diálogo. Tem um processo de capacitação para que possam ter acesso aos benefícios, cumprir todos os requisitos. Então, como diria o povo, isso tem que ser tratado com muita seriedade. E a turma é muito organizada, rapaz!”, concluiu.
Ana Maria, dirigente do Movimento Camponês Popular, destacou a união entre campo e cidade na produção de alimentos saudáveis e no fortalecimento da organização popular. “É, cheio da moda! Esse trabalho aqui na Oficina do Campo Campeonês é uma iniciativa do Movimento Camponês Popular, em parceria com o MOTU – o Movimento Organizado de Trabalhadores Urbanos. Então, campo e cidade se unem aqui nesse espaço para produzir alimento de verdade, vindo dos nossos camponeses e camponesas. Tem gente envolvida há onze, nove, cinco, sete anos… E tudo isso vira comida, né? Se transforma em alimento”, atestou.
Para Antônio Carlos, dirigente do MCP, o recurso que ainda vai chegar representa não só apoio, mas também valorização do campo e da produção camponesa. “Sim, vai chegar. E a importância de um projeto como esse é que ele também valoriza o campo. A agricultura camponesa está lá, muitas vezes, em uma situação difícil. Mas, dentro desse contexto, o agricultor ganha, porque seu produto é valorizado. Ele já sabe para onde vai sua produção”, finalizou.
Foto: Graccho/SGPR