O secretário nacional de Finanças do PT, Márcio Macêdo, prestigiou, neste sábado (25), o seminário de organização do partido em Sergipe. Na oportunidade, ele apresentou um balanço do seu trabalho no Diretório Nacional da legenda, fez uma avaliação da crise econômica e política pela qual passa o país e reforçou a necessidade de um maior diálogo entre o PT e o governo com os movimentos sociais. Márcio defendeu ainda o protagonismo dos diretórios municipais do partido nas decisões eleitorais de 2016 e sugeriu a criação de um calendário de discussões para a definição do posicionamento do partido em Aracaju.
Responsável pelas finanças do Partido dos Trabalhadores desde o último mês de maio, Márcio Macêdo destacou as principais ações que desenvolveu até o momento, como a renegociação de contratos, redução de custos da agremiação e envio de recursos para os diretórios estaduais, que culminaram “em uma redução considerável das dívidas” da legenda. “Estamos nos organizando, ultrapassamos a fase mais difícil no que diz respeito às finanças. E temos a missão de preparar o partido para os próximos desafios dentro de um novo modelo de gestão financeira”, afirmou.
Ao fazer uma análise da conjuntura, o secretário do PT disse que o país passa “por um momento delicado”, diante da crise econômica. Mas, ponderou ele, somente “parte dessa crise é real”. “A outra parte é sabotagem das elites, de uma parcela da grande mídia e de setores do mercado brasileiro”.
“A parte real é consequência da crise de 2008, que balançou o mundo, e que só agora chegou para valer ao Brasil. As políticas dos governos Lula e Dilma, que focaram em transferência de renda, programas sociais e que criaram um mercado de massas fizeram com que o Brasil liderasse o continente, permitiram ao país segurar a inflação, aumentar o seu crescimento, estimular o crédito, retirar milhões de pessoas da miséria e gerar uma nova classe média. Foram medidas que levaram justiça social e transformaram o Brasil na potência econômica que é hoje”, destacou.
Essas iniciativas, continuou Marcio Macêdo, “retardaram a chegada da crise”. No entanto, ele ressalvou que “agora a situação econômica chegou a um momento de fragilidade”. Ainda assim, o secretário disse acreditar que os ajustes realizados pelo governo federal darão as condições para superar o quadro atual.
“Os ajustes não podem ser o centro do debate, nem o modelo para os quatro anos de governo. Vencido este momento, com os ajustes dando resultados reais, como otimista que sou, acredito que, na virada do ano, o governo da presidente Dilma poderá dar sinalização de novas ações, como a ampliação dos programas sociais r acesso ao crédito entre outros que culminarão no crescimento econômico”, ponderou.
Sobre a crise política, Márcio condenou as tentativas de golpismo contra a democracia brasileira. “Aqueles que perderam as eleições no ano passado ainda não aceitaram o resultado. É um ódio de classe por parte das elites, que se amplia com um massacre midiático diário contra nós. É um ódio muito mais pelos nossos acertos do que pelo nossos erros, somado ao momento de crise econômica. Temos que ter clareza que a situação não é simples. Nossa imagem está abalada. Tenho consciência da dificuldade política, mas temos que encontrar o passo e sair da crise. Há um golpe em gestação, a partir das instituições. Há um processo de criação de um estado de exceção dentro do Estado Democrático de Direito. Querem o impeachment da presidenta, que foi legitimamente eleita. Precisamos nos preparar para resistir democraticamente nas ruas”, disse.
Neste contexto, ele defendeu a unidade das forças que compõem o partido e o fortalecimento do diálogo entre o governo e os movimentos sociais. “O governo tem que abrir as portas do Planalto para os movimentos sociais, ter uma conversa franca, ouvir as críticas e demandas, informar o que pode resolver. Assim, os movimentos sociais estarão ao nosso lado para resistir a tentativa de golpe”, disse.
Em relação ao trabalho de preparação do PT para as eleições do próximo ano no Estado de Sergipe, Márcio Macêdo disse que “qualquer acordo entre lideranças para filiação ao partido tem que passar primeiro pelos diretórios”. “São os diretórios municipais que têm que decidir o que melhor para o partido em cada cidade”, frisou.
Ele sugeriu ainda a criação de um calendário de discussões para envolver o conjunto do partido no debate sobre as eleições em 2016 na capital sergipana. “Se vamos ter candidatura própria ou não, quem são os possíveis nomes e estabelecer o diálogo para que o partido não fique isolado”, afirmou.