O novo secretário de Finanças do PT, Márcio Macêdo, assumiu o cargo a pouco menos de um mês e já desponta novos rumos para legenda. Em entrevista exclusiva para a Agência PT de Notícias, Macêdo disse que pretende promover ajustes na secretaria, com foco na administração do Fundo Partidário e em uma ampla campanha de arrecadação junto à militância do PT. “Em um partido com a tradição como a nossa, é importante que os seus dirigentes, ocupantes de cargos e a militância ajudem a financiar o partido, para que possamos atravessar este momento de dificuldades”, sustentou. O secretário de finanças disse também que a decisão do PT em abrir mão das doações empresarias o deixou “muito confortável”.
“Não que a doação de empresas seja crime, uma vez que a legislação permite essa modalidade de financiamento, mas pela conjuntura que vivemos e pelo fato de o PT defender, no debate sobre a reforma política, o financiamento público de campanha, temos que dar o exemplo”, afirmou.
Agência PT de Notícias – Qual a sua expectativa diante do desafio de assumir a Secretaria de Finanças do PT?
Márcio Macêdo – Antes de tudo, gostaria de agradecer a minha corrente, a Construindo Um Novo Brasil, por ter, de forma consensual, escolhido o meu nome. E também agradeço ao Diretório Nacional e as forças políticas que o compõem por terem aprovado o meu nome por unanimidade. Compreendo que este é um momento de muita dificuldade pelo qual passa o partido, mas eu aceitei esse convite como uma missão, uma tarefa política. Estou chegando com humildade, observando a necessidade de promover mudanças, mas respeitando o projeto político que está em curso no partido.
AGPT – Como o senhor se sentiu diante da escolha para assumir a Secretaria Nacional de Finanças do PT?
Sinto-me honrado por receber a confiança do partido para essa missão. Sou de uma nova geração do PT. Espero ajudar a oxigenar a nossa agremiação. E essa é uma demonstração de que o nosso partido tem essa capacidade de permitir uma renovação dos quadros nas suas instâncias de deliberação e comando.
AGPT – Qual sua avaliação sobre a decisão do Diretório Nacional de proibir as doações empresariais para o partido?
Essa decisão me deixou muito confortável. Não que a doação de empresas seja crime, uma vez que a legislação permite essa modalidade de financiamento, mas pela conjuntura que vivemos e pelo fato de o PT defender, no debate sobre a reforma política, o financiamento público de campanha, temos que dar o exemplo. E espero que os demais partidos sigam nessa mesma linha.
AGPT – Em relação à nova lei do Fundo Partidário, qual a sua opinião sobre o tema?
Quero registrar a importância da lei, sancionada pela presidenta Dilma Rousseff, do Fundo Partidário, que vai na direção contrária ao financiamento privado de campanha, que fortalece os partidos e ajuda no debate da reforma política do país.
AGPT – Que medidas o senhor pretende tomar neste início de gestão?
Neste momento de acirramento político em que o país vive e de seus desdobramentos sobre a vida partidária, é preciso promover os ajustes necessários que o momento de crise exige. A nova conjuntura demanda um novo método que será baseado na seguinte tríade: administrar com austeridade, critérios e eficácia, a luz da legislação, os recursos provenientes do fundo partidário; estimular a ampliação e eficiência do SACE (Sistema de Arrecadação de Contribuições Estatutárias), e promover uma ampla campanha de arrecadação junto à militância do PT. Num partido com a tradição como a nossa, é importante que os seus dirigentes, ocupantes de cargos e a militância ajudem a financiar o partido, para que possamos atravessar este momento de dificuldades.