Por Joedson Telles
Mais uma pessoa morre após ser atacada por um cão – desta vez, aliás, mais de um delirante animal agiu. Jafet Alves Ramos, 43, morreu no Hospital de Urgência de Sergipe, nas últimas horas, após vários dias internado ali sofrendo em estado de coma. Testemunhas disseram à polícia que ele foi atacado pelos cachorros, caiu da bicicleta, bateu a cabeça e facilitou, assim, a violência irracional.
Não duvidem: mais uma vez, o absurdo entrará para a mega lista de impunidades que já não deixam mais muita gente atônita neste Brasil embrutecido, dado ao número de óbitos idênticos – inclusive de crianças.
Infelizmente, ainda tropeçamos em pessoas que atestam não estarem muito preocupadas com o próximo e, obviamente, mesmo sabendo quais as consequências terríveis que criar animais violentos trazem apostam na impunidade. Uns compram armas de fogo, facas ou outras armas afins. Outros optam por criar – e até, às vezes, treinar – animais assassinos.
A impressão que se tem é que nas cabeças destas pessoas insensíveis passam o seguinte pensamento: “não é a primeira, não será a última e nem a mais alarmante morte por conta de um ataque canino. Tampouco haverá punição. As autoridades são fracas. Poucas pessoas até vão se indignar, mas, como sempre, não resolverão nada”.
Frustrante. Mas, infelizmente, não deixam de ter razão. Quem pode fazer algo tem que fazer mediante as leis vigentes. Mas os nossos políticos pensam em tudo menos em leis que resgatem a dignidade do ser humano. Não há punição prevista para os responsáveis pelos cães a altura da dor da vítima e dos seus familiares.
Já imaginou, internauta, uma lei, por exemplo, levando donos de cães assassinos para a cadeia, e ainda obrigando-os a pagar pelo resto da vida uma pensão gorda à família da vítima? Se há, poucas vezes ou nunca foi aplicada.
Evidente que a medida – e até outras mais duras – não trariam o falecido de volta. Mas, certamente, serviriam para alertar quem cria cães violentos sobre o que o futuro poderia estar lhe reservando. Além disso, varreriam a impunidade que revolta mais que o crime em si.
O problema é que soa sonhar alto, em se tratando de um país onde, salvo exceção da regra, cão assassino é cão bem alimentado por um dono abastado. Às vezes abastado e influente. E aí caímos naquele lugar comum, o azar é de quem morre. Vergonhoso, mas real.