Por Joedson Telles
Se fosse desafiado a apostar quem larga na frente na disputa pelo Governo do Estado, julgando pela atual conjuntura, sem titubear, jogaria todas as fichas no time governista. Sei que acabo de levantar a bola para aquela turma que não tolera o pensamento jornalístico descer a lenha, mas dou de ombros: vejo o time governista largar na frente. Mesmo com pesquisas apontando quadros da oposição liderando, os governistas estão em vantagem. São mais organizados.
Evidente que isso não quer dizer que a eleição esteja decidida. Vai um oceano de distância. Tampouco estou a permitir-me apontar favoritos. Até porque têm outros pré-candidatos que merecem respeito como, por exemplo, Dr Emérson e Mendonça Prado, este último, inclusive, cresce a cada dia. Já há pesquisa lhe dando a dianteira.
Mas não estou e nem posso, neste instante, fazer juízo de valor e externar quem é melhor para Sergipe. Foco aqui a disputa dos dois grupos que duelaram nas últimas eleições e voltarão à arena este ano. Além disso, cabeça do eleitor é terreno desconhecido até dele mesmo. Afaste de mim este cálice.
O problema (ou solução, depende dos interesses políticos) – e já apontei neste espaço – é que enquanto no time governista existe unidade, na oposição parece que ninguém confia em ninguém. A impressão que se tem é que se toleram, mas não se aceitam.
É certo que no bloco liderado pelo governador Jackson Barreto não existe consenso sobre o nome do pré-candidato a uma das vagas. Heleno Silva e Rogério Carvalho não abrem mão de jeito nenhum, e, respeitando a física, só um corpo ocupará o espaço.
Há ainda O PSD, o PDT e o Solidariedade no páreo. Com um estilo diferente do PRB e do PT, evidente, mas Fábio Mitidieri, Fábio Henrique e Laércio Oliveira, óbvio, também sonham com uma vaga na chapa majoritária.
Apesar desta indefinição, Sergipe já sabe, há muito tempo, que Belivaldo Chagas é pré-candidato a governador e Jackson Barreto é pré-candidato a senador. As “prés” podem até não chegar a ser candidaturas. Como adora dizer, nestes momentos, o filósofo e ex-governador Albano Franco, “o futuro a Deus pertence”. Entretanto, os dois nomes já circulam com força no pequeno, geograficamente falando, Sergipe.
Já na oposição, o silêncio impera, enquanto os principais nomes andam isolados em municípios diferentes. As agendas não batem pelo visto. E quando um dos líderes abre a boca está a ariscar semear incoerência com o pensamento do aliado. Não chega a ser fogo amigo porque o gelo da relação não permite, mas o senso comum não se equivoca quando fala em bater cabeça.
Não soa novidade: especula-se que o senador Eduardo Amorim é o pré-candidato do grupo de oposição ao Governo do Estado. A notícia circula. Todavia, ao mesmo tempo, não se descarta uma pré-candidatura do senador Valadares.
O deputado federal André Moura cresceu politicamente, ao grudar no golpista Temer, e gosta quando o assunto, sobretudo na imprensa e nas redes sociais, gira em torno da possibilidade dele ser pré-candidato a governador com Amorim e Valadares apoiando. O problema é saber se Eduardo e Valadares pensam assim também…
Quer mais? O jovem deputado federal Valadares Filho já colocou seu nome à disposição do grupo para ser o pré-candidato ao Governo do Estado. E isso tudo, claro, chega ao conhecimento do eleitor o deixando atônito.
Contrariando ou não apaixonados, o momento é propício para a oposição fazer a chamada autocrítica. Refletir e perceber que já desperdiçou tempo além da conta. Isto é: se é que é possível unificar o discurso, definir as primeiras estratégias da campanha e, óbvio, os nomes dos pré-candidatos.