Na tarde desta segunda-feira, dia 26, o deputado estadual Luciano Pimentel (PSB) denunciou o assédio moral, o constrangimento sofrido por uma estudante, de 17 anos, do curso de biomedicina da Universidade Tiradentes, quando tentou se deslocar do município de São Domingos para Aracaju, mas foi impedida de usar o transporte escolar por haver divergências políticas entre sua família e o prefeito Pedro da Silva, o Pedrinho do PT. A denúncia foi confirmada ao Universo pelo pai da universitária, o ex-vereador por São Domingos e radialista Miguel Fuzuê.
“Um ônibus pago com dinheiro público. Esse é um assunto que precisa ser levado ao Ministério Público de Sergipe para apuração. Não se concebe numa época como a de hoje um comportamento dessa forma. Precisa ser apurado de quem foi a responsabilidade. Quem gerou esse constrangimento. A eventualidade de discordância politica não dá direito a segregação para que uma jovem não possa vim no transporte público por ser adversário do gestor municipal” , disse.
O deputado observa que o transporte escolar é custeado com recursos públicos – e, por isso, precisa estar à disposição de todos. “Esperamos que isso não ocorra em nenhum município sergipano ou brasileiro porque o dinheiro do transporte é público e não se pode adotar uma postura como essa. Que sejam apontados os responsáveis para que se faça justiça pelo o assédio que essa jovem sofreu de se retirar do transporte público”, disse o deputado.
Venâncio
Já o deputado estadual Venâncio Fonseca (PP) acredita que houve uma tentativa de se criar um fato político em um ano de eleição. O deputado disse que o prefeito Pedrinho é seu adversário, há 20 anos, mas sempre teve o maior respeito por todos que fazem oposição.
“Nunca vim à tribuna fazer uma denúncia contra o prefeito. Pedido houve vários, mas ante eu checava e via que não era verdadeiro e não fazia. Existe um ônibus que não é obrigação do prefeito assumir essa responsabilidade, mas ele assumiu e paga. O transporte é público, mas ninguém tem o direito de esculhambar não”, frisou.
Venâncio relatou que os alunos que vêm para universidade assinaram um termo de compromisso que realmente vão para universidade e também que vão zelar pelo transporte, mas a jovem não quis assinar o termo.
“Quis criar um fato político em um ano eleitoral. Por que os outros assinam e a jovem não quis? Talvez orientação do pai ou alguém que tem influência. É bom que o Ministério Público apure, mas querer badernar, não. Vejam quantos estudantes usufruem deste mesmo transporte e são adversários do prefeito. Mande saber se tem um termo de responsabilidade e quem orientou a ela”, disse.
Terra de ninguém
Segundo o pai da estudante, contudo, desde o final do ano passado que a família tenta, sem sucesso, regularizar a situação, mas encontra dificuldade na Prefeitura de São Domingos. “A menina é de menor não pode assinar o termo. Quem tem que assinar são os responsáveis. Agora, a mãe dela já esteve na prefeitura várias vezes e não tem jeito”, disse Miguel, confirmando que, para não perder aula, a garota tentou viajar no ônibus mesmo sem o termo, mas, por ordem do prefeito Pedrinho, o veículo não saiu do lugar até a estudante descer.
“Um constrangimento. Imagine isso com umas 40 pessoas no ônibus…”, lamentou Miguel, revelando que este não é o primeiro caso da gestão Pedrinho do PT. “Houve mais dos alunos, no ano passado. São Domingos virou terra de ninguém”, completa, afirmando que já fez várias denúncias contra a atual gestão.
Do Universo