Na última semana, o Governo Federal decidiu fixar em 8% ao mês a taxa de juros do cheque especial. Na última segunda-feira, dia 2, o deputado estadual Luciano Pimentel (PSB) defendeu a medida e apresentou um estudo sobre o setor bancário brasileiro, demonstrando preocupação com o fechamento de agências e o crescente número de demissões nos principais bancos do país.
“Segundo o relatório do Banco Central, as taxas anuais chegam a 358% no Banco do Brasil, 374% no Bradesco, 217% na Caixa Econômica e 387% no Santander. Em um ranking de 40 países, onde estão Argentina, Estados Unidos e Turquia, o Brasil possui a 6ª maior taxa de juros do mundo. É por esse motivo que, apesar das inúmeras críticas que essa taxação tem gerado, eu defendo a fixação dos juros em 8%, o equivalente a 151,8% ao ano”, destacou Luciano Pimentel.
De acordo com o parlamentar, 8% ainda é um valor exorbitante, mas a decisão do Governo Federal é necessária para diminuir as taxas de juros no Brasil. “Não há como um país sobreviver com a sociedade pagando juros tão altos no mercado bancário. Essa taxação já foi feita de maneira semelhante em mais de 70 países e certamente vai contribuir para que tenhamos melhores condições de negociação, porque da forma que está, o que vemos é um crescimento da inadimplência, das taxas e da restrição aos tomadores”, explicou.
Após abordar a medida que entra em vigor no dia 6 de janeiro, Luciano Pimentel expôs números do Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica, Itaú e Santander para ressaltar que o patrimônio líquido do setor bancário saltou de R$ 478,8 bilhões em 2014 para R$ 637,1 bi em 2018, enquanto o número de agências tem reduzido, ocasionando uma série de demissões.
“O total de agências dos cinco maiores bancos somou até setembro deste ano 18.859 unidades, no comparativo com os anos anteriores, houve uma perda de 1.691, o que corresponde a 9% desse total. Desses bancos, apenas a Caixa já declarou que abrirá novas agências”, enfatiza Luciano Pimentel.
Em relação ao quadro de profissionais, o deputado informou que segundo relatórios do próprio do Banco do Brasil, a instituição contava com 99.161 em 2017 e no último mês de setembro houve uma perda de 5,3%, chegando a 93.872.
“São dados preocupantes. No Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), podemos verificar que o setor bancário perdeu mais de 18 mil empregados no Brasil. Em Sergipe, foram 149 demissões, já no Rio de Janeiro, mais de 4 mil pessoas foram demitidas nos cinco maiores bancos do país”, pontuou.
Encerrando sua explanação, Luciano Pimentel afirmou que esse cenário é reflexo dos cortes nos custos de operação, o que na prática significa a diminuição progressiva do quantitativo de profissionais que atuam nessas entidades.