Por Joedson Telles
O vereador Lucas Aribê (PSB) argumentará nas convenções partidárias, para a escolha do palanque, para as eleições deste ano, que a legenda leve em conta não apenas a coerência, mas também o respeito a Sergipe. Segundo ele, um retorno ao agrupamento governista liderado pelo pré-candidato Jackson Barreto (PMDB) espelharia isso. “Como sou um defensor da coerência política, tenho certeza que, caso não lançarmos candidatura própria, o caminho seria retornar ao grupo do governador Jackson”, diz o vereador. Ainda nesta entrevista que concedeu ao Universo, Lucas fala da sua experiência da Câmara Municipal de Aracaju, reforça que ainda existe preconceito contra pessoas portadoras de deficiência, diz que a sociedade passou a cobrar mais dos seus representantes e ainda ajuíza sobre a realização da Copa do Mundo no Brasil.”Já que a Copa será realizada, cabe aos brasileiros receber bem as pessoas e ficar em paz”, diz o vereador. A entrevista:
Como vereador de primeiro mandato, o que mais lhe surpreende na Câmara Municipal de Aracaju e por quê?
Acredito que a surpresa mais significativa, diante de tantas, é a maneira como alguns políticos apresentam diversas verdades para um mesmo fato. Isso se deve ao diário jogo de interesses partidários que, em muitas vezes, superam os interesses do povo.
O senso comum diz que a política não é para gente séria. Convivendo de perto com tantos políticos – com e sem mandatos -, o senhor tem o mesmo juízo de valor?
Penso que a política é para todos, entretanto o que diferencia os políticos é como eles atuam, seus princípios, ideologias, comportamentos e compromissos.
Em ano eleitoral, é comum agressões entre adversários políticos. O senhor acha que ainda tem espaço para esta política ou o eleitor tende a não aceitar este tipo de candidato?
Percebo que o povo brasileiro em geral tem exigido muito mais dos seus representantes e observado quem de fato os representa. O povo não quer ver confusões ou intrigas, e sim trabalho. Com certeza, os detentores de mandato que não mostrarem serviço serão esquecidos pelos eleitores.
O senhor foi eleito com, entre outras bandeiras, a importante ênfase na acessibilidade. Está sendo possível fazer algo neste sentido?
Sim. Além de termos apresentado o “PL da acessibilidade”, que hoje é a Lei 4444/2013, temos apresentado na Câmara Municipal as carências de nossa cidade nesse quesito, as medidas que podem ser tomadas pelo Executivo para garantir a todos os cidadãos o direito de ir e vir, além das diversas reivindicações populares.
Como o Brasil, e mais de perto Sergipe, trata as pessoas especiais? Critica-se muito as autoridades neste terreno, mas as demais pessoas que estão em outras posições sociais, às vezes até inferior, dão o exemplo?
O Brasil tem evoluído no que concerne ao tratamento às pessoas com deficiência. Sabemos, todavia, que ainda existe muito preconceito e discriminação, e as autoridades poderiam fazer muito mais ações no sentido de garantir a inclusão social. Infelizmente, a acessibilidade ainda não é encarada como uma política de estado, então ficamos na dependência de políticas de governo. As pessoas com deficiência, por sua vez, estão ocupando espaços na sociedade e lutando pelos seus direitos, e isso também contribui para a diminuição da discriminação.
Quais os critérios que o senhor vai defender nas convenções do PSB para ajudar o senador Antônio Carlos Valadares a escolher um palanque?
A coerência política, a valorização de nosso partido e o respeito ao povo sergipano.
A propósito, o senhor defende que o próprio senador Valadares seja candidato a governador ou acha melhor a legenda apostar na juventude de Valadares Filho disputando o pleito como candidato a vice-governador?
Acredito que ambas as opções são muito boas, pois temos totais condições de participar das eleições com chance de vitória.
No caso de não apresentar candidatura própria, o PSB estaria melhor retornando ao grupo do governador Jackson Barreto ou fazendo aliança com o senador Eduardo Amorim ou mesmo com o prefeito João Alves?
Como sou um defensor da coerência política, tenho certeza que, caso não lançarmos candidatura própria, o caminho seria retornar ao grupo do governador Jackson.
Lucas Aribé toparia disputar uma cadeira na Assembleia Legislativa para fortalecer o partido ou já tem compromisso com outro nome para esta eleição?
Não pretendo encarar uma candidatura este ano. Em relação a apoiar alguém, temos que esperar algumas definições para apontar o nosso apoio.
Como o senhor avalia as críticas feitas à forma como vem se dando a realização da Copa do Mundo no Brasil?
Concordo em parte, inclusive já me posicionei na CMA sobre isso. Já que a Copa será realizada, cabe aos brasileiros receber bem as pessoas e ficar em paz.
Quem são os políticos nos quais o senhor se espelha para tocar a sua vida pública?
Espelho-me no saudoso e inesquecível Marcelo Deda Chagas.