Por Elenildes Mesquita
“27% da criação de vagas de trabalho formal no Brasil foi de trabalho intermitente. Ao todo foram geradas 113 mil vagas na modalidade somente esse ano. Sou autor da emenda que criou o trabalho intermitente. O saldo de empregos do ano é de 492 mil vagas criadas”, informou o deputado federal Laércio Oliveira na abertura do III Fórum Empresarial de Relações Trabalhistas, realizado pela Associação Brasileira de Recursos Humanos de Sergipe (ABRH-SE), no auditório da Sociedade Médica de Sergipe (Somese), nessa sexta-feira, dia 13.
“A segunda reforma está chegando. Vocês já ouviram a falar na MP Verde e Amarela, que é mais uma mudança nas relações que incentiva o ingresso de jovens com entre 18 e 29 anos no mercado de trabalho. O impacto que significa o emprego no país e certamente da forma que estava não poderia continuar. Eu fui um dos quatros construtores da reforma trabalhista, fui relator da terceirização e estou muito envolvido agora com esse esqueleto de uma medida provisória que a gente apresentou para congresso nacional resolver nos próximos dias”, disse Laércio.
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil em Sergipe (OAB/SE), Inácio Krauss, também participou da abertura do Fórum e falou sobre a importância dessas discussões em torno das reformas. “Nesses fóruns temos momentos importantes para se discutir a legislação trabalhista e previdenciária. Um momento importante e de reflexão para o país. Essas discussões levam a refletirmos se realmente essas transformações, essas mudanças e essas reformas estão trazendo avanços ou alguns retrocessos e isso a OAB vem acompanhando. Parabenizamos a realização desse fórum empresarial de relação de trabalho e lembramos que a reforma trabalhista já passou e está a nossa mesa como caso de se refletir a aplicá-la ao cenário de hoje no Brasil. Precisamos refletir também sobre reforma da previdência que está sendo discutida tanto nacionalmente como aqui na Assembleia Legislativa e é de fóruns como esse que saem opiniões para que a gente da OAB possa levar aos nossos representantes no Congresso Nacional e também aqui na Assembleia”, citou Krauss.
O deputado falou que é sempre uma alegria participar dos eventos da ABHR e que tem muito carinho pela presidente, agora afastada, Sandra Coelho. Laércio já fez parte da ABRH-SE como vice-presidente e presidente do Conselho. “Aqui me sinto confortável, a ABRH faz parte da minha história. Conheci a instituição por meio de Sandra Coelho, que me procurou para tratarmos sobre os temas, me interessei tanto que terminei fazendo parte dela”, citou Laércio feliz ao encontrar Sandra, que está afastada por motivo de saúde, mesmo assim foi ao evento.
Continuando seu discurso o parlamentar enfatizou na valorização do humano. “Temos que falar sobre a importância das relações humanas, não podemos falar sobre recursos humanos, gestão de pessoas, sem a valorização do humano. Vocês exercem uma função em gestão de recursos humanos, será uma profissão em alta nos próximos anos. Já percebi, inclusive nos fóruns que participei, que se falam muito de tecnologia, inovação, indústria 4.0, essas terminologias usadas para a área de tecnologia e inovação, mas o mundo vai passar por uma transformação profunda, e há muito tempo venho fazendo uma reflexão e dai a minha afirmação em dizer que a profissão do futuro é a de gestão de pessoas. Tem muita gente falando de tecnologia, mas a pergunta que eu faço é a seguinte: e as pessoas? Precisamos pensar nisso. Tem uma frase que gosto muito e usamos na empresa: os recursos mais avançados que existem são os humanos. Todo ano faço uma imersão para perceber, como homem público que estou, de fora como está o nosso país, os avanços em várias áreas e esse ano fui ao Vale do Silício, a fonte da tecnologia e inovação. Dizem que se o Vale fosse um país seria a segunda maior economia do mundo. Mas vi e aprendi muitas coisas, inclusive que as pessoas lá não estão felizes. Lá se pensa muito em tecnologia e não no humano. Fiquei impressionado como tem gente morando nas ruas, isso se percebe mais a noite, e ao perguntar a uma pessoa que estava lá e falando muito em dólar, em valores altos, eu o questionei sobre a cidade com tanta gente pensando em tecnologia, circulação de valores o tempo todo, e tantas pessoas nas ruas e ele me respondeu que aquele não era um problema dele. Infelizmente lá as pessoas sofrem com o ritmo de competitividade e tem tudo que desejam, mas nas poucas horas vagas que tem, elas não tem o que fazer para trazer satisfação, felicidade. Acredito que é por isso que aquela região tem um índice de suicídio. E saí de lá ainda mais reflexivo em relação ao humano. Precisamos pensar e valorizar as pessoas”, enfatizou Laércio.
O Fórum também discutiu temas como “Contrato de Trabalho Intermitente – impactos e limites”, “Inovações da Reforma Trabalhista e a Jurisprudência do TRT 20 e TST”, “Compliance Trabalhista e Política de Integridade”, e “Entendendo a Reforma da Previdência e seus impactos sobre as empresas”.