Por Joedson Telles
A dúvida que serve de título para este texto, certamente, anda a povoar a mente dos mais antenados quando analisam o ponto morto em que anda a política sergipana. Do Oiapoque ao Chuí, exceto os ranzinzas da chamada Frente de Esquerda, os partidos políticos sergipanos e seus líderes, óbvio, mesmo cientes que têm o relógio como inimigo, não conseguem expandir acordos e alianças que resultariam em arrumações imprescindíveis para garantir a champanhe pós urnas abertas sem o veredicto do Negão.
A importância conferida a João Alves pelos demais políticos é tanta que consegue unir no mesmo sonho, sem acoplar objetivos, evidente, família, amigos, aliados e até adversários históricos – como o PT que se divide entre os que têm a coragem de admitir que querem sair na foto com Negão, reconhecendo seu peso no processo, e aqueles que enxergam o mesmo, mas optam por morrer na cruz, para manter o discurso de ante-João. E como se não bastasse a política para conferir a sentença, no campo técnico as pesquisas não descansam: lembram a todo momento que com João Alves as chances de sucesso aumentam consideravelmente. Evidente que teoria e prática não são moedas da mesma face. A depender do acordo, a sociedade pode não respaldar. Rejeitar. Entretanto quem desistiria de acossar o apoio de João Alves plagiando peru de Natal? E se colar?
Note que os principais partidos de Sergipe, sobretudo no atual ano eleitoral, – PSC, PMDB, PSB e PT – parecem ter combinado sequer ensaiar alguma definição. Quem está certo como vice de quem? Quais os nomes para o Senado nas chapas? O PT ainda se arvorou falando em Rogério Carvalho para o Senado, mas manter o martelo mesmo que isso inviabilize ter o apoio de João não é unanimidade vermelha.
O certo é que ninguém define nada. Todos os líderes esperam pacientemente a definição do prefeito João Alves, que possivelmente vai escolher (já escolheu?) onde desembarcará a senadora Maria do Carmo como pré-candidata à reeleição nos descontos. Ao que assina este texto, ele disse que nunca pensou em se unir ao PT. E garantiu já ter, de zero a 10, sete de chances de Maria ser candidata. Evidentemente, a decisão está sendo tomada pelo casal. João, Maria e Deus decidirão. Ninguém mais apita e a dúvida permanece: por que se espera tanto? João Alves é bom além da conta ou outros políticos não têm como competir com ele?