Por Joedson Telles
“… o pão nosso de cada dia dá-nos diariamente” – Lucas 11:3 (NAA).
Grande parte dos teólogos não tem dúvidas: com essa frase, Jesus Cristo quis resumir as reais necessidades dos que buscam em Deus respostas mediante a fé. A confiança na providência de Deus é uma marca inconfundível do verdadeiro cristão; do justo que viverá pela fé.
Aliás, o mesmo Jesus reforça a sua frase com outra igualmente conhecida: “… e tudo que pedirem em oração, crendo, vocês, receberão” (Mateus 21: 22).
Você que está lendo este texto, todavia, prestou atenção ao verbo crer no parágrafo anterior? Faz toda a diferença. Não levá-lo em conta explica a frustração de quem ora, mas “não consegue a resposta esperada”.
Ninguém pode esperar o sucesso “crendo” em Deus apenas no momento da oração. Um deus sem vontade própria que se permite ao papel de mero despachante de petições de pecadores não existe na Bíblia.
Não há harmonia entre o Criador e Governador da Sua criação e uma vida fora do que Ele exorta através das Escrituras. E nas Escrituras encontramos um Deus glorioso e soberano que tudo comanda conforme o conselho da Sua vontade. Viver fora desta atmosfera e, ainda assim, ter orações respondidas não faz sentido.
Evidente que não podemos descartar as coincidências. Há quem pense que recebeu uma resposta satisfatória à oração, mas houve, na verdade, apenas uma harmonia inconsciente entre a petição e a vontade de Deus, que impera independente de quaisquer orações.
A frase de Jesus faz todo sentido quando vivemos à luz da Palavra de Deus; quando apresentamos as nossas necessidades, mas, pela fé, desejamos de coração que os Seus propósitos prevaleçam. Numa prova de amor e temor a Deus, aceitamos a Sua vontade, mesmo que com os nossos sentidos humanos e limitados não percebamos ser o melhor para nós.
É preciso estar muito próximo de Deus e confiar na Sua infinita bondade, nos Seus planos perfeitos, para aceitar a frase “Minha graça te basta” (2 Coríntios 12: 9), quando se ora, por exemplo, por uma cura que não acontece. É humano que se indague equivocadamente, neste momento: qual a parte do pão nosso… Deus não entendeu?
Jesus Cristo conhece tão bem as nossas fraquezas que, antes de verbalizar a frase que abre este texto, ensinou que, à frente do pleito, estão a adoração e o temor a Deus. “… Quando vocês orarem, digam: ‘Pai, santificado seja o teu nome; venha o teu Reino…'” (Lucas 11:2). Mateus 6: 10 ainda registra: “… faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu”.
O nosso Senhor e melhor exemplo de vida piedosa fez isso diante da cruz. “… prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: ‘Meu Pai, se é possível, que passe de mim este cálice. Contudo, não seja como eu quero, e sim como tu queres'” (Mateus 26: 39).