Por Joedson Telles
Espalhou-se numa rede social como micose em pele de desleixado a fala de uma servidora pública ventilada no programa do radialista Gilmar Carvalho, na Mix FM, acusando o governador Jackson Barreto de dar dinheiro público a terceiros. Como a servidora foi retirada do ar tão logo atingiu o governador, não foi “apertada”, digamos assim, para apresentar provas da grave acusação, ficou o dito pelo não dito.
Enfiou o pé na jaca, contudo, quem se achou no direito de mandar a ética às favas e tratou de ecoar a informação sem confirmar sua veracidade e sem ouvir o outro lado da notícia nos grupos da febre zap. Em tempo, o radialista Gilmar Carvalho, que cortou a servidora assim que percebeu o problema, promete levar o caso à polícia. Também baterá à porta da Justiça.
Age de forma acertada o radialista Gilmar Carvalho. Aliás, é preciso ir mais fundo nesta história. E não é porque se trata de Jackson Barreto. O que ele ou qualquer um faz ou deixa de fazer com a vida pessoal não interessa ao coletivo. O problema repousa no fato de uma pessoa deixar evidente numa emissora de rádio que os salários dos servidores públicos estão sendo atrasados e parcelados, mas o governador está dando dinheiro público a terceiros.
Aí não existe meio termo: ou é irresponsável o governador, que estaria deixando de honrar compromissos do Estado, inclusive mentindo que não tem dinheiro, mas dando dinheiro público a terceiros ou é irresponsável a ouvinte que usou uma emissora de rádio para caluniar o governador.
Como lembro sempre neste espaço em momentos assim, todos são inocentes até que se prove o contrário. E nada foi comprovado contra o governador. A ouvinte pode alegar que foi retirada do ar antes de apresentar as tais provas, mas e Jackson Barreto vai silenciar?
No tocante à vida pessoal, Jackson pode tomar a decisão que achar melhor. Ele tem maior idade e não deve satisfação a ninguém. Como governador, entretanto, tem a obrigação de interpelar e dar uma satisfação a Sergipe. A Justiça existe para isso.
Insisto: é uma grave acusação. A versão ventilada no rádio e, posteriormente, nas redes sociais não pode reinar soberanamente sem a devida ação do governador Jackson Barreto. Até para não oferecer a Sergipe a opção de ficar com o lugar comum “quem cala consente”.