Leio no Sergipe 247 que o governador Jackson Barreto (PMDB), ao reunir aliados, nesta terça-feira 14, além de alfinetar o ex-presidente tucano FHC, exerceu seu papel de líder do agrupamento, intimando o grupo a sair às ruas e dar a cara para que Sergipe faça a sua parte no tocante a auxiliar para uma vitória da presidente Dilma Rousseff (PT).
Jackson sabe que, para isso, não contará com um dos principais nomes do grupo, o senador Antônio Carlos Valadares (PSB), que optou pela candidatura da oposição representada pelo senador Aécio Neves (PSDB). Todavia minimiza o episódio. Foca bem mais as críticas aos adversários que propriamente as lamentações pela ausência do histórico aliado socialista no palanque. A maturidade aponta sempre o melhor caminho.
Ao agir desta forma, Jackson mostra que até o fato do seu vice, Belivaldo Chagas, ser do mesminho PSB do senador Valadares, soa um detalhe bem menos importante que a sua futura gestão. Que seu projeto para Sergipe. JB tem discernimento que iniciará um novo mandato, em janeiro de 2015, sem poder mais argumentar que herdou o governo do saudoso Marcelo Déda há apenas seis meses – como foi useiro e vezeiro na eleição. Cobrança será a palavra chave.
Legitimado pelos votos de 537.793 sergipanos, Jackson Barreto tem ciência não apenas dos inúmeros problemas que aguardam soluções do seu governo, mas também das requisições que baterão (já estão batendo?) à porta do seu gabinete na carona de promessas de campanha. Deixar, por exemplo, a saúde e a segurança pública, no mínimo, em níveis suportáveis o mais rápido possível é uma missão para a qual serão imprescindíveis recursos oriundos do Governo Federal. E, evidente, são desafios que somados a outros exigem do chefe do Executivo um bom relacionamento com o presidente da República.
Esta realidade da personificação do gestor, e não mais do candidato Jackson Barreto dada a demanda, explica a lógica do governador sequer ter descansado ainda, após a cansativa campanha que lhe rendeu a reeleição, e, por tabela, quatro anos sentado na cadeira de governador de Sergipe.
Jackson sabe que, mesmo não sendo compadre da presidenta Dilma Rousseff, em ela permanecendo no cargo, adentra o seu gabinete com muito mais facilidade que teria se Aécio Neves vencesse a eleição e precisasse bater à sua porta – ainda que políticos sergipanos aliados do tucano fizessem as honras da casa.