Por Joedson Telles
Respondendo às constantes críticas que o candidato ao Governo do Estado pelo PT, Rogério Carvalho, faz à sua gestão, o governador Belivaldo Chagas (PSD) afirma, nesta entrevista que concede ao Universo, neste domingo, dia 9, que ele, Rogério Carvalho, tem uma experiência administrativa desastrosa. “Especialmente à frente da Saúde estadual, ao ponto de o próprio ex-governador (o saudoso) Marcelo Déda, insatisfeito com sua gestão, declarar que iria assumir pessoalmente a pasta, sendo um “segundo secretário de Saúde”, na frase que ficou para a história”, diz o governador.
Quais são as suas expectativas quanto ao segundo turno, em Sergipe?
A população sergipana vai escolher entre dois candidatos. Um que já demonstrou que tem capacidade administrativa, ficha limpa e com uma história que o credencia para governar Sergipe e atender à expectativa da população. O outro candidato tem uma experiência administrativa desastrosa, especialmente à frente da Saúde estadual, ao ponto de o próprio ex-governador (o saudoso) Marcelo Déda, insatisfeito com sua gestão, declarar que iria assumir pessoalmente a pasta, sendo um “segundo secretário de Saúde”, na frase que ficou para a história.
O candidato do PT, Rogério Carvalho, tem criticado muito a sua gestão para atingir o candidato Fábio Mitidieri. Como o senhor avalia isso?
Ele fez parte da nossa gestão e nas áreas que comandou, especialmente no Ipesaude, Agricultura e Inclusão Social, nós tivemos que corrigir os problemas deixados pelas suas indicações e hoje estamos bem melhores.
A tese que seu governo é um peso negativo nas costas do candidato Fábio Mitidieri é uma injustiça feita pelos adversários do seu candidato?
Pelo contrário, o próximo governador que assumir terá um estado organizado, com equilíbrio fiscal nas contas públicas, que retomou o poder de investimento e é um dos que mais investe na própria economia, para gerar mais emprego e renda para a população. Subimos de C para B na avaliação da Secretaria do Tesouro Nacional, saneamos a questão da previdência estadual, temos bilhões de obras entregues ou em execução e, acima de tudo, conseguimos recuperar a credibilidade de Sergipe.
Como o senhor recebeu o Estado?
A situação era pública e notória. Sergipe era um estado que atrasava salários dos servidores e o pagamento dos fornecedores. O funcionário público há de lembrar que recebia o 13º salário por empréstimo, previdência estadual estava a ponto de um colapso e não havia um real sequer para investir em obras e projetos. Tudo isso fazia com que não tivéssemos credibilidade nenhuma junto às instituições financeiras.
Como o senhor espera entregar Sergipe ao próximo governador, em janeiro de 2023?
Um estado organizado e viável, com as contas públicas equilibradas e preparado para o futuro. Que paga servidor e fornecedor em dia, tem bilhões de reais em recursos próprios investidos em obras e é destaque nacional nos investimentos para o crescimento econômico. E que conseguiu criar um ambiente favorável para a atração de várias indústrias, fomentando os negócios para gerar mais emprego e renda. Bem diferente do que eu encontrei quando assumi o Governo.
Qual legado deixará Belivaldo Chagas, após o final do seu governo?
Tenho muito orgulho de ter entregue várias obras, como o Hospital da Criança, o Centro Especializado em Reabilitação José Leonel Ferreira Aquino (CER-IV), o Centro de Convenções, a Orla Sul quase completa e o maior programa de recuperação de estradas estaduais da história de Sergipe, que é o Pró-Rodovias, dentre outras. Mas, sem dúvidas, o maior legado da nossa gestão é o da casa em ordem, do estado organizado e viável, com as contas públicas equilibradas e com gestão fiscal. Conseguimos sair de C para B na avaliação da Capacidade de Pagamento da Secretaria do Tesouro Nacional (STN), do Ministério da Economia, garantindo credibilidade ao estado junto às instituições financeiras nacionais e internacionais. Enfim, um estado que retomou o poder de investimento para poder alocar cada vez mais recursos na própria economia, gerando desenvolvimento econômico, emprego e renda
O que o senhor gostaria de ter feito a mais enquanto governador de Sergipe?
Avançamos muito na questão social, criando e ampliando vários programas de transferência de renda e que estão ajudando a garantir o prato de comida na mesa dos sergipanos que mais precisam. Mas infelizmente a pandemia e todos os esforços e recursos que precisamos alocar para salvar vidas durante o período acabou por nos atrapalhar de avançar ainda mais nesta área.
Qual será o principal desafio do próximo chefe do Poder Executivo de Sergipe?
Tenho certeza que o próximo chefe do Poder Executivo de Sergipe vai ter um trabalho muito mais fácil que o que eu tive, ao encontrar um estado com as contas equilibradas e em desenvolvimento. Então, o principal desafio do próximo governador vai ser o de não fazer nenhuma loucura e jogar fora todo este trabalho de gestão fiscal que estamos deixando no Estado.
O que o senhor espera de um possível governo do seu aliado, Fábio Mitidieri?
O próximo governador eleito pegará um estado muito mais organizado do que eu encontrei, com as finanças em dia e muitas obras em execução, salários de funcionários públicos e pagamento de fornecedores. Ele terá então novos desafios, de dar sequência às obras que estamos deixando em andamento com dinheiro em caixa para sua total execução, das que não conseguirmos concluir. O próximo governador terá o desafio de ampliar a atração de novos investidores para gerar emprego e renda, criar novos programas sociais e ampliar os que já existem para os que mais precisam. Torço para que o próximo governante faça mais e melhor do que eu fiz.
O senhor acredita que o agrupamento está desgastado naturalmente pelo tempo que está no poder?
Nos últimos anos, Sergipe foi governado por Marcelo Déda, Jackson Barreto e eu. Cada um com seu estilo e jeito de governar. É natural que cada governador tenha seu próprio jeito de agir e de pensar o estado. Todos tiveram seus erros e acertos. O candidato que hoje se coloca como oposição esteve presente nesses três governos anteriores. Portanto, a população, neste 2º turno, vai escolher, não entre dois agrupamentos, mas entre dois nomes – e o nome mais preparado e qualificado, para mim, é o de Fábio Mitidieri.
O senhor fez opção por não disputar as eleições 2022. Mas pode voltar a disputar um pleito, no futuro?
Não estou pensando nisso agora; o meu foco é terminar a nossa gestão, entregar o governo no 31 de dezembro com obras importantes concluídas como a da Orla Sul, deixando a estrutura do Hospital do Câncer com a laje construída e ultrapassando os 1000 km de rodovias estaduais recuperadas. Sobre futuras candidaturas, não é a minha prioridade neste momento.