Por Joedson Telles
“Tornem-se meus imitadores, como eu o sou de Cristo” – 1 Coríntios 11: 1 (NVI).
A exortação não é das mais fáceis. Aliás, soa impossível um pecador – e todos somos pecadores – imitar aquele que nunca pecou; que é santo por natureza. Entretanto – e creio que seja esse o pensamento paulino -, o cristão não pode usar isso como desculpa para não tentar chegar ao próprio limite na busca pela perfeição que há em Cristo Jesus.
As Escrituras não enfatizariam tanto a vida santa de Jesus Cristo, se Deus não quisesse dar um modelo à humanidade de como lhe agradar. Ainda que o padrão seja inalcançável, Deus valoriza quem dá o seu máximo tentando.
Emerge, então, a indagação: como podemos imitar Jesus? Antes de tudo, precisamos adorar a Deus (em espírito, em verdade e em obediência) acima de quaisquer pessoas ou coisas, como Jesus adora e ensina a adorar (Mateus 22: 34-38). Isso evita o risco de a busca ser um mero exercício de práticas morais, que podem – e são – adotadas também por ateus.
Há inúmeros ateus que não matam, não roubam, não desejam a mulher do próximo, horam seus pais… Todavia, não horam a Deus. Não têm gozo na Sua glória.
Nas Escrituras, Jesus Cristo dá uma aula de como imitá-lo na sua vida de amor e oração – sempre em sintonia com Deus Pai. Ele é eloquente, por exemplo, no Sermão do Monte – capítulos 5, 6 e 7 de Mateus. Os textos mostram o padrão para todo aquele que almeja ser um imitador de Jesus. “Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus” (Mateus 5; 16, ênfase acrescentada).
Ainda no capitulo 5, lemos, no versículo 20, Jesus pregar “que se a justiça de vocês não for muito superior à dos fariseus e mestres da lei, de modo nenhum entrarão no Reino dos céus”. No 39: “… Não resistam ao perverso. Se alguém o ferir na face direita, ofereça-lhe também a outra”. No 44: “Mas eu lhes digo: amem os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem”,
Já no capítulo 6, nos versículos 19 e 20, o mestre aconselha: “Não acumulem para vocês tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem destroem, e onde os ladrões arrombam e furtam. Mas acumulem para vocês tesouros no céu, onde a traça e a ferrugem não destroem, e onde os ladrões não arrombam nem furtam”. “Entrem pela porta estreita, pois larga é a porta e amplo o caminho que leva à perdição, e são muitos os que entram por ela” (Mateus 7:13).
Os verbos partem de quem tem a autoridade; de quem não optou pela zona de conforto, mas se entregou pelo seu povo. Jesus, “… embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens. E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até à morte, e morte de cruz” (Filipenses 2: 6-8, ênfase acrescentada). “Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus” (v.5).