Por Joedson Telles
Se as distantes eleições para governador do Estado fossem realizadas hoje, dia 15 de agosto de 2017, “se”, repito, a oposição decidiria entre os senadores Eduardo Amorim e Antônio Carlos Valadares quem disputaria a eleição contra o vice-governador Belivaldo Chagas e outros políticos que têm bem menos tempo de TV. Mas isso, hoje, quando não há candidaturas postas por razões triviais. Até o momento de se registrar as chapas, em 2018, muita coisa vai acontecer e, obviamente, ajudar a montar cenários. Mas nada amistosos para pretensões ingênuas. Açodamento. Eis o vocábulo a definir atitudes, neste momento.
O quadro atual é o exposto. Pela lógica, pelas condições dos personagens, pelas conversas, pré-acordos e à luz de precoces pesquisas, que, como já disse aqui, podem estar a um oceano de distância de espelhar o que, de fato, irá acontecer em 2018. Há muito chão pela frente e os detalhes são do conhecimento de todos. Mas insisto: hoje, os dois senadores e o vice-governador seriam os atores da peça maior.
Pode haver mudança? Evidente. É política, não? Quase tudo pode ser construído em se tratando de candidatura, mesmo para governador de um Estado. Porém, hoje, a história é essa. Quem disser diferente paciência. O mundo é para todos. E cada um acredita no que quer. Ou no que precisa acreditar…
Especula-se, por exemplo, que o presidente do PT, Rogério Carvalho, pode ser o candidato ao Governo do Estado do grupo de Jackson Barreto. E pode ser mesmo? Como disse, tudo pode ser construído. Mas, hoje, é um projeto inviável. Primeiro porque Rogério está com a cabeça no Senado, no mínimo, desde 2014. Planejou disputar a eleição 2018 ao lado do também pré-candidato Jackson Barreto. Teria, portanto, que começar um trabalho do zero para tentar ser governador. E que trabalho. Ele estaria disposto? Quem bancaria tal projeto?
Rogério, que de bobo não tem nada, é um nome preparado individualmente, mas sabe que uma candidatura para governador do Estado precisa de munição pesada. E será mesmo que o governador Jackson Barreto quer e, inclusive, pode se permitir ao luxo de descartar Belivaldo justamente no momento que este estará sentado na cadeira de governador? Belivaldo poderia até topar ter a caneta na mão e ser um mero cabo eleitoral em 2018, assistir da arquibancada, mas acho improvável que ele aceite isso. E sem Jackson e Belivaldo no palanque seria interessante para Rogério disputar uma eleição para governador?
Ainda que Lula consiga ser candidato a presidente da República e concorde com o projeto, não vejo Rogério Carvalho candidato a governador no cenário atual. Até para montar uma chapa majoritária ele teria dificuldade. Além dele mesmo quem disputaria como vice? Quais os dois nomes fortes para o Senado? Como fazer frente aos próprios Jackson e Belivaldo com máquina e tudo no palanque adverso? Não esqueçamos que em Rogério deixando o grupo, Laércio Oliveira, Heleno Silva, Fábio Mitidieri, Fábio Henrique… Há um caminhão de gente de peso eleitoral para compor a majoritária governista. Aliás, a chapa majoritária governista não está passada em cartório. Existe, hoje, apenas na especulação da mídia.
Mas voltando a imaginar Rogério fora do governo, além dos antigos companheiros, ainda teria que encarar a oposição que faz uma chapa forte molinho numa sentada. Quer ver? Eduardo para o governo e Valadares pai e André Moura, por exemplo, disputando o Senado. Ou Valadares para o governo e Eduardo para o Senado. Se não quisesse oferecer a vice ao deputado Adelson Barreto, por exemplo, a oposição poderia preenchê-la com algum insatisfeito que venha a deixar o governo. Que tal? Como disse, Rogério não é tolo…
Belivaldo, que terá a caneta em breve, insisto, é, hoje, o pré-candidato a governador de Jackson, e não um pré-candidato. Pesquisas? O saudoso Marcelo Déda, que quando entrou na disputa pela Prefeitura de Aracaju, em 2000, levava uma sova danada do senador Valadares, pelas pesquisas, mas venceu o pleito no primeiro turno, não discutia os números. Mas sabia agir contra eles. E como.
P.S. 1 Outra especulação ao vento, neste instante, é uma suposta candidatura de André Moura ao governo do Estado. Sobre isso não perco meu tempo e o do internauta discutindo. André pode ser acusado pelos adversários de ser qualquer coisa menos de ser desprovidos de inteligência.
P.S. 2 O nome do deputado federal Valadares Filho é forte e poderia robustecer a chapa da oposição, certamente. Porém, ele e o senador Valadares na majoritária? De quatro vagas, o PSB ocupar duas? A política só funciona assim quando não existe outra saída. É uma eterna luta por espaços.