A colaboração dada pelo deputado estadual Francisco Gualberto (PT) para resolver o impasse entre os professores da rede estadual e o Governo do estado foi ressaltada na sessão desta quarta-feira, dia 4, pelo deputado Iran Barbosa (PT). Segundo Iran, durante o processo de negociação Gualberto interferiu positivamente na defesa da manutenção dos direitos da categoria dos professores. Além disso, a abertura de diálogo culminou com o fim da greve dos professores que iria completar duas semanas.
Ao agradecer o que chamou de “gesto nobre” de Iran, Francisco Gualberto revelou que havia conversado antes com ele se colocando à disposição para ajudar no que fosse possível, assim como também já havia sido convocado pelo presidente Luciano Bispo para ajudar nas tratativas. “No dia em que o Sintese entregou sua contraproposta no Palácio do Governo eu estava lá. Nós sentamos com o procurador do Estado e os assessores da Secretaria de Educação e ali começamos nossas tratativas. E a nossa expectativa é que se chegue ao melhor possível”, disse Gualberto.
“Eu não pretendo ser porta-voz dos professores nessa negociação. Pretendo apenas contribuir, porque a meu ver o porta-voz da categoria, do ponto de vista de incorporação à categoria, é o deputado Iran Babosa”, afirmou o vice-presidente da Alese, lembrando que nem sempre recebeu um tratamento adequado por parte da categoria dos professores.
Exemplo disso aconteceu em 2015, na época da negociação sobre o Plano Estadual de Educação. Nele havia 14 pontos divergentes entre o pensamento do governo do Estado e o Sintese, e a representante do sindicato dos professores na Alese era a deputada Ana Lúcia, que não tinha como fazer interlocução com o governo pelas divergências que mantinha com o então secretário de Educação Jorge Carvalho e outros setores do governo. Assim, Francisco Gualberto, que na época era líder do governo na Casa, conduziu a negociação.
“Dos 14 pontos divergentes nós negociamos 10 e sobraram quatro. Então liguei para o secretário Jorge dizendo que iria encaminhar a votação pela aprovação das 14 questões, mesmo que as quatro não negociadas fossem vetadas depois”, disse. “Fiz tudo isso e não fui sequer anunciado na Assembleia como autor dessa intervenção. Pelo contrário, eu continuava sendo o traidor dos trabalhadores, na visão do Sintese”, revela Francisco Gualberto, apontando diferenças de postura entre Ana Lúcia e Iran Barbosa.
Outra intervenção de Gualberto aconteceu no ano passado. A presidente do Sintese, professora Ivonete Cruz, havia ligado para o deputado pedindo ajuda numa negociação que envolvia retirada de direitos de professores com mestrado e doutorado. “Eu disse a ela com toda sinceridade que não tinha mais condições de fazer intervenção pela categoria por causa da forma como sou tratado. Ela me disse: ‘esqueça a política e faça como ser humano’. E eu fiz. Liguei para Belivaldo, e no dia seguinte tinha reunião com o secretário de Planejamento do Estado”, disse Gualberto. A partir dessa intervenção houve mudança positiva em pontos que prejudicavam os professores com mestrado e doutorado. “Mas também virou silêncio absoluto e eu continuei sendo traidor dos trabalhadores”, desabafa o deputado.
A negociação em questão, que gerou o agradecimento de Iran, envolve projetos de lei do Executivo que mexem com recebimento de triênios e redução da carga horária dos professores. Tais projetos, ainda em tramitação, receberão emendas com o objetivo de melhorar o texto e contemplar os apelos feitos pela categoria. Não há data definida para votação em plenário.
Por fim, Gualberto agradeceu o ‘gesto nobre’ de Iran e disse que continuará atuando em defesa da classe trabalhadora sempre que possível. “Com Iran tenho muita afinidade ideológica, mesmo tendo divergência de encaminhamento. Mas quero continuar assim, agindo com minha consciência e procurando fazer o que puder de melhor”, garantiu Gualberto.
Enviado pela assessoria