O deputado estadual Francisco Gualberto (PT) confirmou, nesta terça-feira, dia 17, que segue como líder do governo Belivaldo Chagas (PSD) na Assembleia Legislativa. “Uma tarefa difícil, mas importante”, disse, após informar que o convite para permanência partiu do próprio Belivaldo. “Não teria nenhuma razão para não aceitar o convite”, falou. O vice-líder será o deputado Robson Viana (PSD).
Gualberto é líder desde o primeiro governo de Marcelo Déda, em 2007. Durante o governo de Jackson Barreto também exerceu a função em duas ocasiões, inclusive atendendo determinação do Partido dos Trabalhadores. Desta vez, a tarefa foi solicitada pessoalmente por Belivaldo para que pudesse contribuir até o final do ano, quando acaba o atual mandato. “A vida é um eterno aprendizado. Devo ter errado, e não pouco, em determinados momentos durante a liderança do governo, mas todos sabem que a intenção não era errar. Todo ser humano tem suas limitações, e eu reconheço as minhas”, frisou.
Homem de diálogo aberto, Gualberto reafirmou ainda sua disposição para conversar com os demais deputados, seja de situação ou oposição, a qualquer momento que for preciso. “Ficarei na liderança do governo até o final do ano com a mesma postura, sempre me colocando à disposição dos deputados e da Casa”, garantiu o experiente parlamentar.
Ele lembra que as recentes transferências partidárias permitiram modificações nas composições de bancadas na Casa, o que significa dizer que haverá recomposição até das comissões temáticas. Isto para atender ao regimento da Alese. “Por isso os embates continuarão acontecendo, pois afinal de contas isso aqui é um parlamento. Vamos tratar com respeito, mas também com a firmeza que o debate possa exigir”.
Para Francisco Gualberto, mudou o governo e o período formal de liderança da bancada, mas na essência da atuação, segundo ele, nada mudou. Por isso, em tom ameno, Gualberto se dirigiu aos colegas dizendo: “Sei que minhas qualidades encobrem os meus defeitos”, copiando o cantor Paulo Sérgio, já falecido. “Do ponto de vista da política eleitoral, quando você é líder de bancada, nem sempre acontece o que se espera. Mas nós temos o pé no chão e digo que me preocupo em fazer política, ter mandato é consequência”.
Nesse aspecto, o deputado alerta que “quem faz política com medo do resultado, termina sendo vítima da própria política. E muitas vezes fica subordinado a situações de oportunismo, de hipocrisia, de falsidade ideológica, de utilitarismo. Fica vítima de defeitos de caráter e até de problemas psicológicos. E eu procuro não ter medo disso”, garante Gualberto.
“Assumo as minhas posições e mantenho o enfrentamento sempre que necessário. Não importa de onde venha”, disse, confessando arrependimento por ter aceitado na sua vida política determinadas convivências com pessoas que sempre tramaram contra ele. “Agora minha disposição é ‘bateu, levou’. É isso. Se não for assim, os oportunistas se acomodam”.
Por fim, Gualberto revelou que muitas pessoas confundem o papel de liderança, pensando se tratar de um cargo para obter vantagens políticas e benesses. Não é isso. “Líder do governo é apenas uma tarefa política, é ter responsabilidade com uma série de questões importantes para o Estado, assim como para a sociedade e para as categorias de servidores. Há muito desgaste, mas acreditamos na tarefa”, disse.
O discurso foi aparteado por vários colegas, entre eles Venâncio Fonseca, Antônio dos Santos, Georgeo Passos, Maria Mendonça, Silvia Fontes e Samuel Barreto. Todos reconheceram o caráter de Gualberto na condução dos trabalhos, além de sua lealdade, e salientaram que para o petista “uma palavra dada, é palavra cumprida”.
Por Gilson Sousa