O governador Belivaldo Chagas (PSD) reuniu-se com o deputado federal Laércio Oliveira (PP) e com o secretário de Estado do Desenvolvimento, José Augusto Carvalho, para alinhar os encaminhamentos dos estudos de viabilidade da permanência da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen) em Sergipe à bancada federal sergipana. Todos os parlamentares receberão os documentos relativos à conclusão dos estudos realizados pelo grupo de trabalho executivo formado por determinação do governo do Estado para buscar alternativas à paralisação da produção e hibernação das instalações da Fafen em Laranjeiras.
“O Estado, assim como combinado, fez sua parte, todos os estudos, todo o trabalho necessário para comprovarmos a viabilidade de funcionamento da fábrica. Agora vamos nos engajar nessa luta buscando o apoio da força da nossa bancada federal, para que a Fafen continue no nosso estado”, explicou Belivaldo.
Laércio Oliveira será o portador desses documentos. De acordo com o parlamentar, a intenção é buscar também o apoio da bancada da Bahia, que também tem interesse na manutenção da Fafen no seu estado. “O governador Belivaldo Chagas instituiu um grupo de trabalho para fazer um diálogo, juntamente com o governo da Bahia, junto à Petrobras para tentar encontrar um consenso. O grupo produziu vários questionamentos e apresentou alternativas à Petrobras”, disse Laércio.
Segundo o parlamentar, o governo está muito empenhado nessa questão. “Temos argumentos contrários ao fechamento da fábrica e temos a força da bancada do nosso estado para buscar junto à presidência da República uma solução para essa questão. Mas a solução concreta nós temos: da viabilidade econômica da unidade de fertilizantes do nosso estado, assim como a da Bahia. Se a Petrobras mudou a linha de ação dela, transferiu o foco para outra área, é uma questão interna da estatal, mas isso não pode, sob hipótese alguma, tentar mudar essa ação usando argumentos díspares. Temos as provas e queremos provar que a fábrica é totalmente viável. Vou entregar a cada colega esses estudos para marcamos uma reunião com o presidente e discutirmos esse assunto. De igual modo, estamos estimulando a bancada federal da Bahia para fazer o mesmo, para que se junte a esta luta. Tenho certeza que com essa somação de forças da nossa bancada, com o empenho e compromisso de cada um, não permitiremos o fechamento da fábrica”.
O deputado federal aproveitou para enaltecer o trabalho realizado pelo grupo executivo instituído pelo governo. “Estamos muito atentos e quero cumprimentar os membros do grupo de trabalho, que fizeram estudos altamente profundos e competentes. São profissionais das diversas áreas que se encontraram diversas vezes querendo entender e, com disposição, fazer um trabalho da qualidade que foi feito. Esse trabalho é um subsídio importantíssimo para a nossa bancada, para que consigamos seguir em frente”, garantiu.
Para o secretário José Augusto, a decisão de fechar a Fafen é inconsistente. “É absurda, não só porque prejudica Sergipe, mas todo o país. Vai comprometer a agricultura brasileira, deixando a produção de alimentos no país completamente dependente de fertilizantes importados. É uma decisão que não pensa no país e não é isso que esperamos de uma empresa estatal. A Petrobras sempre foi um orgulho do povo brasileiro, ela não pode perder essa característica”.
José Augusto reforçou a visibilidade de funcionamento da Fábrica de Fertilizantes. “A Fafen é completamente viável. O que gerou o alegado de prejuízo foi porque a Petrobras triplicou o valor do gás. O gás é a única matéria-prima consumida na fabricação do fertilizante ureia. Triplicar o preço do insumo que ela mesmo fornece, não parece uma justificativa razoável. Essa postura é incompatível com a vontade de manter a fábrica funcionando”, expôs o gestor da Sedetec .
Ainda conforme o secretário, o governo do Estado acenou para Petrobras para várias possibilidades de redução dos custos, buscando os interesses do estado e com intuito de garantir os empregos dos sergipanos, mas tudo foi desconsiderado pela empresa. “As duas fábricas, em Sergipe e na Bahia, devem empregar cada uma cerca de 350 técnicos especializados, mais 350 terceirizados em cada uma e ainda há toda uma cadeia produtiva, de empresas que produzem outros misturadores de fertilizantes e empregam mais umas mil pessoas. Então seria toda uma cadeia produtiva que seria encerrada”, argumentou.
Para o deputado Laércio Oliveira, o fechamento das unidades da Fafen também vai de encontro à conjuntura econômica do país. “É um paradoxo imenso, pois nós temos um país genuinamente agrícola, a grande força da economia vem do agronegócio, e vê uma subsidiária da Petrobrás fechar duas unidades que produzem parte dos fertilizantes necessários para agricultura do país é incoerente. Só analisando esse contexto já temos uma questão para refletir”.
José Augusto lembrou ainda que o fechamento da Fafen também prejudicaria a possibilidade de uma nova rota de escoamento de produção no país e de crescimento para Sergipe. “Uma fronteira agrícola do país é a região do Matopiba, (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) e é importante para essa região contar com a Fafen. É a região mais próxima para ser abastecida de fertilizantes, via Fafen Sergipe, e o caminho de volta pode ser aproveitado para que os grãos produzidos sejam exportados pelo Porto de Sergipe. Então o fechamento da Fafen também prejudicaria esta nova rota do progresso”, destacou.