Para tratar sobre a água e a sociedade, o Governo de Sergipe e a Associação Brasileira de Recursos Hídricos (ABRHidro) realizaram, no domingo, dia 19, a abertura oficial do XXV Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos e do 1⁰ Fórum Latino-americano da Água, no Centro de Convenções AM Malls Sergipe, em Aracaju.
Com a expectativa de reunir cerca de três mil participantes, o evento, que é considerado um dos maiores do país e mais relevantes da América Latina, colocará a gestão hídrica no centro das discussões e debates científico-tecnológicos.
Ao fazer a abertura oficial do evento, o governador de Sergipe, Fábio Mitidieri, falou da importância de construir um estado ainda mais sustentável e preocupado com a preservação dos recursos naturais. “Quero dizer que o estado de Sergipe se insere nessa agenda mundial do meio ambiente a partir do momento que já iniciamos a gestão recriando a Secretaria de Estado do Meio Ambiente. Passamos uma mensagem muito clara para todos: nós queremos o desenvolvimento de maneira sustentável. Nós queremos um desenvolvimento que garanta o futuro do nosso planeta e o futuro da nossa gente. Chegou a hora de cuidarmos do nosso povo e cuidarmos da nossa água. Cuidar da água é cuidar da vida, é preservar a vida. E esse é um compromisso da gestão. O momento é agora e Sergipe acolhe a cada um de vocês. Sejam bem-vindos ao país do forró e à capital latino-americana da água”, disse o chefe do Executivo estadual em seu discurso.
A secretária de Estado do Meio Ambiente, Sustentabilidade e Ações Climáticas, Deborah Dias, destacou os esforços institucionais para que Sergipe pudesse sediar o evento. A gestora também lembrou que para falar sobre água é preciso entender a emergência climática que o mundo vem enfrentando. “Os impactos da mudança do clima já são visíveis. Em especial aqui no Nordeste, alguns dos efeitos que mais preocupam é a insegurança hídrica. Esse cenário exige iniciativas rápidas. Não há mais tempo. O futuro é agora e precisamos assumir aqui um compromisso conjunto para assegurar a preservação da qualidade da água, a mitigação de eventos extremos, como secas e inundações, e a promoção da eficiência no uso deste recurso tão precioso”, salientou a secretária.
“É com esse olhar que Sergipe, liderado pelo governador Fábio Mitidieri, defende a inclusão de todas as partes interessadas como fundamental na governança da água, desde governos e organizações não governamentais até comunidades locais. Só assim podemos construir políticas que reflitam as necessidades e garantam a sustentabilidade a longo prazo. A cooperação e a troca de experiências, como a proporcionada por este simpósio, são essenciais para alcançarmos nosso objetivo final. Que seja um evento extraordinário e que os resultados desse debate sejam altamente satisfatórios para todos nós”, acrescentou Deborah Dias.
Segundo o presidente da ABRHidro, Cristóvão Fernandes, a realização de cada edição do SBRH é um marco da gestão. Para ele, além de todo o envolvimento e mobilização social em torno do evento, a parceria do Governo de Sergipe, que assumiu o posto de correalizador da 25ª edição, foi essencial. “Quero agradecer a sociedade sergipana por essa acolhida. Se não fossem os esforços do governador Fábio Mitidieri, da secretária Deborah Dias, e toda a comissão organizadora local, não estaríamos nesse contexto, nesse ambiente desta forma. Somos 1.700 inscritos e todos são os principais atores, são os principais protagonistas dentro desse evento. Eu quero agradecer a todas as nossas entidades parceiras, cujos representantes trabalharam bastante para construir essas pautas que são atuais, são propositivas e construtivas”, assegurou.
Resiliência, inovação e participação
Debruçados sobre o tema ‘Resiliência, Inovação e Participação’, os parceiros do XXV SBRH falaram sobre a união institucional em defesa da água, a exemplo do secretário Nacional de Segurança Hídrica do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, Giuseppe Serra Seca Vieira. “A partir do cenário que temos visto rotineiramente acontecer no Sul do país, a gente força a pensar e refletir com relação à resiliência e à necessidade de adaptação a esses movimentos climáticos que estão se permeando. Dizer que, assim como hoje, a gente está com momentos de água em abundância, fora do controle, enxurradas, na região Sul, no começo do ano, assim que se iniciou a gestão, as primeiras atividades que o ministro Valdez Góis foi submetido foi acompanhar a estiagem severa no estado do Rio Grande do Sul”, declarou.
O representante do Ministério da Integração, o secretário Nacional de Segurança Hídrica, salientou que é “nesse ambiente de antagonismo que a gente se encontra ainda hoje, em nível nacional, e é um ambiente adequado para que a gente possa enriquecer enquanto membro do Executivo federal, e ao mesmo tempo dizer que essa agenda é extremamente importante para o presidente Lula, que isso tem sido demonstrado tanto em fala dele como em demonstração efetiva de sua agenda de governo”, pontuou Giuseppe Vieira.
Já o diretor-presidente interino da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), Felipe de Mello Sampaio Cunha, enfatizou a importância do Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos para troca de experiências e fortalecimento de políticas públicas. “A ANA tem a nobre missão de garantir a segurança hídrica para o desenvolvimento sustentável do Brasil e contribuir para a universalização do saneamento básico. Sabemos os reais impactos da mudança climática representam para os nossos recursos hídricos, e os exemplos estão aí: seca na região Norte e enchentes na região Sul. Na última década, diante desses cenários, a ANA vem criando salas de crise e de monitoramento para acompanhar qualitativamente nossas águas”, finalizou.
1º FLAA
Um dos destaques do SBRH será a realização do 1º Fórum Latino-americano da Água, nos dias 21 e 22 de novembro. O evento visa fortalecer o diálogo e a integração de processos decisórios e de governança sobre água e saneamento no âmbito dos países latino-americanos, nos contextos político, técnico e institucional, assim como estabelecer redes, interações e agendas de recursos hídricos que contribuam para o desenvolvimento sustentável na América Latina.
A expectativa do evento é agregar um amplo leque de instituições do setor de recursos hídricos dos 35 países que compõem a América Latina, incluindo gestores, técnicos, usuários, acadêmicos, indígenas, mulheres, jovens, empresários, legisladores, tomadores de decisão, comunicadores e, especialmente, representantes da sociedade civil.
Do Governo do Estado de Sergipe – texto e foto